Parlamentares criticam distribuição de emendas e verbas do Ministério.
Após uma intensa semana em destaque, a ministra da Saúde, Nísia, conseguiu consolidar sua posição e fortalecer-se, de acordo com assessores do Palácio do Planalto e líderes do PT. O respaldo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que assegurou a permanência dela no cargo, e o apoio de outros ministros e dirigentes graduados do PT, são sinais claros de que Nísia está mais fortalecida. Nos corredores do governo, a mensagem é clara: não há a menor possibilidade de a ministra ser demitida.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, tem sido alvo de atenção e apoio nos últimos dias, em meio a diversas controvérsias e desafios. O respaldo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o apoio de outros ministros e dirigentes graduados do PT demonstram a confiança no trabalho de Nísia. O discurso nos bastidores do governo é unânime: a ministra está mais fortalecida do que nunca, e sua permanência no cargo é garantida.
Ministra da Saúde, Nísia Trindade, destaca postura incisiva
A ministra começou a adotar uma postura mais incisiva na comunicação: foram três entrevistas para grandes veículos em três dias, incluindo uma para o Estúdio I, além de uma entrevista coletiva para fazer anúncios sobre o enfrentamento da dengue.
Centrão incomodado com Ministra da Saúde, Nísia Trindade
O ponto que mais incomoda o Centrão, no entanto, ainda não foi solucionado: a distribuição de emendas parlamentares e verbas extras do Ministério da Saúde. O grupo liderado por Arthur Lira acusa Nísia de lentidão na liberação das emendas e de privilegiar prefeitos petistas, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, na distribuição de verbas extras para investimentos em hospitais e ambulatórios. A ministra nega e diz que a distribuição foi feita a partir de critérios técnicos.
Requerimento de Arthur Lira e líderes do Centrão
No início de fevereiro, Lira e outros líderes do Centrão apresentaram um requerimento cobrando explicações. O ministério apresentou uma resposta que não contemplou o grupo. Ou seja, o impasse permanece. Lira e os aliados também responsabilizam o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, pelo direcionamento dos recursos para as gestões petistas.
Conflito entre Lula e Lira sobre distribuição de recursos da saúde
O assunto foi objeto de controvérsia na última reunião a sós entre Lula e Lira, no dia 9 de fevereiro, no Palácio da Alvorada. Aqui as versões são conflitantes. Aliados de Lula dizem que o presidente da Câmara queria abrir a conversa com a controvérsia da distribuição dos recursos da saúde. O presidente teria se recusado a entrar nesses pormenores, a menos que Lira aceitasse que Lula chamasse Nísia e o secretário-executivo do ministério, Swendeberger Barbosa, para aquela conversa no Alvorada. Lira teria recusado a ideia.
Do lado do presidente da Câmara, a versão é oposta, de que foi Lula quem pediu para falar dos recursos da saúde e que Lira se recusou. Ele teria dito que a reunião deveria tratar apenas da relação entre Legislativo e Executivo, de forma mais ampla.
No final do ano passado, quatro cidades governadas por petistas em São Paulo receberam quase R$ 230 milhões. São elas: Diadema (R$ 75 milhões), Araraquara (R$ 60 milhões), Hortolândia (R$ 51 milhões) e Mauá (R$ 43 milhões). Já Cabo Frio (RJ), prefeitura em que o irmão de Nísia atua como secretário, recebeu R$ 55 milhões.
O problema é que a disputa por esse dinheiro envolve diretamente Lula. Segundo auxiliares palacianos, foi o próprio presidente quem determinou a Padilha e Nísia que direcionassem os recursos para estas cidades. O presidente teve pelo menos duas reuniões com prefeitos destas cidades no segundo semestre do ano passado e ouviu o pedido pelos recursos.
Fonte: G1 – Política
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