Unicef recomenda investimento em infraestrutura e aumento da percepção de risco para crianças, especialmente em aspectos psicológicos, para eliminação de problemas relacionados à água, com medidas políticas eficazes, apoiadas pelo Fundo das Nações Unidas.
A dengue é uma doença que continua a afetar milhões de pessoas no Brasil, e o combate ao mosquito Aedes aegypti é fundamental para prevenir sua propagação. No entanto, um estudo recente do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) revelou que a mensagem “Evite água parada” não é suficiente para conscientizar a população brasileira sobre a importância de eliminar os focos de reprodução do mosquito.
Além da dengue, o Aedes aegypti também é responsável pela transmissão de outras arboviroses, como a zika e a chikungunya. É fundamental que a população esteja ciente dos riscos associados a essas doenças e adote medidas eficazes para prevenir sua propagação. A eliminação de água parada é apenas o primeiro passo, e é necessário que as pessoas também tomem medidas para evitar a reprodução do mosquito em suas casas e comunidades. A conscientização e a ação coletiva são fundamentais para combater a dengue e outras arboviroses.
Desafios na Prevenção da Dengue
A falta de percepção da gravidade da dengue, zika e chikungunya, bem como a falta de engajamento da comunidade e a crença de que as medidas de eliminação são trabalhosas, são obstáculos significativos para o envolvimento da população em ações eficazes contra o Aedes. Uma pesquisa realizada com apoio da biofarmacêutica Takeda revelou esses pontos sensíveis das campanhas de prevenção. A pesquisa envolveu uma revisão da literatura e uma pesquisa de campo, além de entrevistas, e os dados foram organizados segundo os aspectos psicológicos, sociológicos e estruturais.
A pesquisa mostrou que falar sobre água parada não é suficiente para prevenir a dengue. É necessário aumentar a percepção de risco em relação às doenças causadas pelo mosquito, principalmente entre as crianças. Além disso, é fundamental investir em infraestrutura e políticas públicas que diminuam os custos e os esforços das ações preventivas.
O Impacto da Dengue no Brasil
De acordo com o painel de monitoramento de arboviroses do Ministério da Saúde, o Brasil registrou 6.545.062 casos prováveis de dengue e 5.680 mortes. Além disso, há 1.384 mortes em investigação. O país bateu os recordes de episódios e mortes pela doença da série histórica, com dados desde o ano 2000. Em todo o ano passado, foram 1.658.816 casos de dengue, e a maior crise da doença ocorreu em 2015, com 1.688.688 notificações.
Em relação às mortes, o ano passado mantinha o recorde, com 1.094 óbitos, seguido por 2022, que registrou 1.053. A dengue é uma doença grave que pode ter consequências fatais, e é fundamental que as pessoas adotem comportamentos preventivos para evitar a transmissão.
Investindo em Prevenção
O melhor caminho para prevenir a dengue é investir em infraestrutura e políticas públicas que diminuam os custos e os esforços das ações preventivas. Isso inclui a criação de programas de saúde pública que promovam a educação e a conscientização sobre a doença, além de investir em tecnologias que ajudem a prevenir a transmissão.
Além disso, é fundamental que as pessoas adotem comportamentos preventivos, como limpar a caixa d’água e evitar a água parada. No entanto, é importante lembrar que a prevenção da dengue é um esforço coletivo que requer a participação de todos.
Aspectos Psicológicos e Sociológicos
A prevenção da dengue é influenciada por aspectos psicológicos e sociológicos. A percepção de risco e as práticas de prevenção podem aumentar em situação de epidemia, mas relaxar quando não há. Além disso, as práticas preventivas são vistas como algo difícil, e as pessoas podem não adotar comportamentos preventivos devido à falta de motivação ou recursos.
É fundamental que as campanhas de prevenção levem em consideração esses aspectos psicológicos e sociológicos para serem eficazes. Além disso, é importante que as políticas públicas sejam direcionadas para a prevenção da dengue, zika e chikungunya, e que sejam investidos recursos para a criação de programas de saúde pública que promovam a educação e a conscientização sobre as doenças.
Fonte: @ Veja Abril
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