Crescimento de 77,4% nas debêntures de médio prazo no mercado secundário é incentivada pela Associação Brasileira.
O desempenho das debêntures incentivadas no mercado financeiro brasileiro é marcado por um crescimento significativo em 2023, com o volume totalizando R$ 120,3 bilhões no período de janeiro a novembro. Os dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostram que esse valor supera em 77,4% a soma dos recursos captados no mesmo período do ano anterior, totalizando R$ 67,8 bilhões.
Essa evolução destaca a importância das debêntures incentivadas para as empresas brasileiras, que buscam alternativas para captar recursos no mercado de capitais. A estratégia de emissão de debêntures incentivadas permite que essas empresas acessem financiamento a instituições financeiras, como bancos, e ofereça vantagens fiscais. Dessa forma, a emissão de debêntures incentivadas se apresenta como uma opção atraente para empresas que buscam expandir suas atividades, reduzir custos de financiamento e aumentar sua liquidez. Além disso, esses instrumentos financeiros são extremamente populares entre os investidores, que buscam uma alternativa mais segura em comparação com outras opções.
Debêntures: O Moto-Propulsor das Ofertas
Em novembro, as ofertas de debêntures incentivadas, um dos principais instrumentos de financiamento no mercado secundário, alcançaram um volume expressivo, totalizando R$ 8,5 bilhões. Embora o Valor tenha destacado, em sua edição anterior, o desempenho das debêntures incentivadas, um dos melhores momentos desde 2011, quando foram criadas pela Lei 12.431, aqui se aborda a sua evolução e importância no mercado.
A Associação Brasileira das Entidades Maintadoras de Valores Mobiliários (Anbima) ressalta que o mercado secundário, onde se realizam as negociações de debêntures incentivadas, tornou-se mais líquido no ano em curso e deve manter esse padrão em 2025. A Anbima também destaca o salto nas emissões de debêntures incentivadas, um reflexo de seu potencial como instrumento de financiamento para empresas.
Na análise setorial, o setor de Energia Elétrica lidera, concentrando 39,4% do volume total emitido no período dos 11 primeiros meses do ano, seguido pelo setor de Transportes e Logística (23,5%) e Saneamento (10,1%). O setor de Mineração, que inclui uma operação da Vale mencionada pela Anbima, é incluído na categoria Outros, que responde por 9,2% das emissões este ano.
A duração média dos papéis alcançou 12,6 anos, superando a média de 7,8 anos observada nas debêntures em geral, com e sem benefício fiscal. No mercado secundário, as negociações de debêntures incentivadas alcançaram o volume recorde de R$ 254,7 bilhões, quase o dobro (crescimento de 97,3%) em relação ao volume registrado em 2023 completo. Esses resultados apontam para a evolução desse instrumento ao longo dos anos, atraindo empresas e investidores em uma trajetória sustentável e ganhando importância na matriz de financiamento dos investimentos em infraestrutura, conforme afirma Cristiano Cury, coordenador da comissão de renda fixa da Anbima.
Quanto à subscrição das ofertas este ano, 57,6% foram adquiridas por intermediários e demais participantes ligados à oferta; 27,9% por fundos de investimento; 10,8% por pessoas físicas; 3,6% por demais investidores institucionais; e 0,03% por estrangeiros.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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