XP projeta alta da Selic, mas vê cenário fiscal menos pessimista, com pressões inflacionárias e consumo aquecido, em ciclo de política monetária.
A XP deu início ao ano de 2024 com boas perspectivas para o mercado brasileiro, mas agora adota uma postura mais moderada: nem tão otimista, nem tão pessimista. ‘No início do ano, prevíamos a Selic chegando a 8% ao ano em 2024. No entanto, os rumos se alteraram.
Em meio a esse cenário de mudanças, a XP reavalia suas estratégias e se prepara para possíveis desafios. A empresa busca se adaptar às novas condições do mercado, mantendo seu compromisso com a inovação e a excelência no setor financeiro. A XP está atenta às movimentações do mercado financeiro e pronta para enfrentar qualquer obstáculo que possa surgir em seu caminho.
XP: Inversão do Ciclo da Política Monetária e Perspectivas de Crescimento
O mercado está atento à mudança de direção no ciclo da política monetária, enquanto nos Estados Unidos, o Fed (Federal Reserve, banco central americano) está prestes a iniciar os cortes. José Berenguer, CEO do Banco XP, destacou que essa virada pode resultar em uma melhora gradual nos ativos de risco nos próximos meses. Em conversa com a imprensa durante a Expert XP, Berenguer ressaltou a importância de acompanhar de perto essas movimentações.
Há aproximadamente uma semana, a XP passou a prever um aumento na Selic pelo Banco Central (BC), saindo do atual patamar de 10,5% para 12% ao ano no início de 2025. Apesar disso, Berenguer enfatizou que a equipe não compartilha do mesmo pessimismo em relação ao cenário fiscal que é amplamente aceito pelo mercado financeiro.
‘Embora existam pressões inflacionárias, percebemos um controle um pouco mais efetivo no aspecto fiscal. Não estamos tão preocupados quanto o mercado nesse sentido’, acrescentou o CEO do Banco XP. Ele ressaltou que as pressões inflacionárias decorrentes do aquecimento do consumo não estão diretamente ligadas a estímulos governamentais, o que contrasta com a visão predominante no mercado.
Nesse contexto, as contas públicas enfrentam pressão, o que eleva a percepção de risco fiscal. A maioria dos agentes do mercado financeiro atribui o descontrole da demanda a uma agenda do governo federal voltada para políticas assistenciais, o que gera preocupações adicionais.
Ao ser questionado sobre o impacto desse cenário nas perspectivas de captação da XP, Thiago Maffra, CEO do grupo, afirmou que as projeções de captação no curto prazo já não são tão determinantes para a empresa. Mesmo diante das incertezas, a XP segue confiante em sua projeção de receita bruta anual, que prevê um crescimento significativo até 2026.
Maffra explicou que as flutuações na captação trimestral, considerando um volume de ativos de gestão superior a R$ 1,1 trilhão, têm impacto limitado na companhia. O crescimento da XP está mais equilibrado entre as diferentes áreas de atuação, o que reduz a dependência da captação como principal fonte de expansão.
‘Identificamos três principais áreas de crescimento: investimentos, onde ainda temos uma participação inferior a 12% no mercado; venda cruzada, que engloba produtos bancários, cartões, crédito, seguros e conta internacional; e o terceiro pilar, composto por produtos e serviços para empresas no segmento de atacado’, concluiu o executivo, destacando a diversificação estratégica da XP.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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