A partir segunda-feira, a vacina contra a paralisia infantil será injetável; entenda o esquema, que inclui oral poliomielite bivalente
Desde seu surgimento em 1986, Zé Gotinha se tornou símbolo da campanha de vacinação no Brasil, que tem como principal objetivo fortalecer a imunização na população. Dentre as várias vacinas desenvolvidas, a vacina oral contra a poliomielite, também conhecida como pólio e paralisia infantil, é uma das mais importantes devido a sua pequena doses e fácil aplicação.
Com o intuito de adotar prticas mais seguras de imunização, a vacina oral contra a poliomielite passará a ser administrada nas injetáveis a partir da próxima segunda-feira, dia 4. Essa mudança foi motivada por recomendações internacionais, visando aprimorar a segurança da imunização. Dessa forma, Zé Gotinha continuará a ser um símbolo importante da vacinação no Brasil, mesmo com a substituição da vacina oral por versão injetável.
Nova Estratégia de Vacinação: uma Abordagem Inovadora para a Erradicação da Poliomielite
A introdução do esquema de vacinação com a vacina inativada poliomielite (VIP) representa um passo significativo na luta contra a poliomielite. A substituição das duas doses de reforço com a vacina oral poliomielite bivalente (VOPb), também conhecida como a ‘gotinha’, pela VIP visa abordar um dos principais riscos associados à vacina oral: a possibilidade de contágio direto de pessoas com baixa cobertura vacinal ou em áreas afetadas por catástrofes ou conflitos.
A decisão do Ministério da Saúde de implementar a VIP como imunizante exclusivo foi anunciada no primeiro semestre deste ano, em consonância com uma campanha de vacinação que buscou aumentar a cobertura vacinal contra a pólio. Embora a ‘gotinha’ tenha sido fundamental para o combate à doença e para prevenir sequelas, incluindo a morte de crianças, ela agora é substituída pela versão injetável para garantir um controle mais eficaz da poliomielite.
Um dos principais motivos para a escolha da VIP é o risco de infecção relacionado à vacina oral. Embora não seja o poliovírus selvagem, um tipo do patógeno que se forma a partir da vacina oral pode ser altamente perigoso quando se espalha em regiões com baixas taxas de vacinação ou afetadas por catástrofes. Isso pode levar a uma propagação da poliomielite em áreas onde as redes de saneamento estão comprometidas.
A nova estratégia de vacinação com a VIP visa abordar esses desafios. Com o objetivo de erradicar a poliomielite, o esquema de vacinação será alterado para incluir:
* 2 meses – 1ª dose
* 4 meses – 2ª dose
* 6 meses – 3ª dose
* 15 meses – dose de reforço
Essa mudança visa garantir uma cobertura vacinal mais eficaz e prevenir a propagação da poliomielite em áreas com baixas taxas de vacinação.
A notícia da substituição da ‘gotinha’ pela VIP foi recebida com entusiasmo, especialmente após o anúncio de que o Brasil está livre da poliomielite desde 1989. Com a certificação de área livre de circulação do poliovírus selvagem, o país conseguiu erradicar a paralisia infantil, que afeta adultos e crianças por meio de contato direto com fezes e secreções eliminadas pela boca dos pacientes.
A paralisia infantil, também conhecida como paralisia poliomielite, é uma doença altamente contagiosa que pode levar à morte. Ela pode causar sequelas graves, incluindo paralisia nos membros inferiores, músculos da fala e da deglutição, atrofias musculares e problemas nas articulações. Infelizmente, não há tratamento para a pólio.
Os dados de imunização foram positivos, com o índice de crianças vacinadas aumentando de 85,42% em maio para 84,63% em 2023. Em 2022, o índice foi de 77,2%.
O Zé Gotinha, o personagem que nasceu para fortalecer a conscientização sobre a importância da vacinação contra a poliomielite, continua nas campanhas, alertando também sobre a prevenção de outras doenças imunopreveníveis, como o sarampo. Ele é um símbolo universal na missão de salvar vidas e um aliado importante no processo de educação e combate às notícias falsas.
Fonte: @ Veja Abril
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