LepVax, candidata a imunizante, será testada em pessoas de 18 a 55 anos sem a doença, causa lesões na pele e nos nervos, pelo Instituto Oswaldo Cruz, da Fundação Oswaldo Cruz, Laboratório de Hanseníase.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu o sinal verde para o início dos testes em humanos com uma nova vacina inédita contra a hanseníase, doença que afeta a pele e os nervos e é conhecida popularmente como ‘lepra’. Essa vacina promete ser um grande avanço na luta contra essa doença.
Os testes com essa candidata a imunizante contra a hanseníase são um passo importante para a criação de um novo imunobiológico que possa proteger as pessoas contra essa doença. A vacina em desenvolvimento é resultado de anos de pesquisa e estudos, e agora está pronta para ser testada em humanos. Se aprovada, essa vacina pode se tornar uma ferramenta importante na prevenção da hanseníase. A esperança é que essa vacina possa mudar a vida de muitas pessoas.
Desenvolvimento de Vacina contra Hanseníase
O Instituto Oswaldo Cruz (IOC), ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), está desenvolvendo uma Vacina inovadora contra a hanseníase, batizada como LepVax. Essa Vacina será testada em pessoas de 18 a 55 anos que nunca tiveram a doença. O Brasil é o segundo país com mais casos da infecção no mundo, e concentra 90% dos casos de hanseníase das Américas. A cada quatro minutos, é registrado um novo caso de hanseníase no mundo.
Verônica Schmitz, líder científica do ensaio clínico da LepVax e chefe substituta do Laboratório de Hanseníase do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), enfatizou a necessidade de novas ferramentas para controle da doença. ‘A OMS já apontou que precisamos de novas ferramentas para controle e as pessoas afetadas pela hanseníase merecem uma Vacina’, disse.
Ensaio Clínico Fase 1b
Nesta etapa, um ensaio clínico fase 1b, serão incluídos 54 participantes sadios e o objetivo será avaliar segurança, tolerabilidade e imunogenicidade (capacidade de ativar resposta imune) da Vacina. Segundo a Anvisa, eles vão receber doses intramusculares de 2 μg ou 10 μg e serão observados os resultados nos dias 0, 28 e 56. A fase pré-clínica e a fase 1a do desenvolvimento clínico foram realizadas nos Estados Unidos e a Vacina foi considerada segura e bem tolerada em adultos saudáveis quando administrada por via intramuscular em todas as doses testadas.
Desenvolvimento da Vacina
A LepVax é a primeira Vacina desenvolvida como foco na bactéria Mycobacterium leprae, causadora da hanseníase. Em camundongos, ela demonstrou ser capaz tanto de prevenir quanto tratar a doença. Roberta Olmo, chefe do Laboratório de Hanseníase do IOC, afirmou que ‘a eliminação sustentada da hanseníase enquanto problema de saúde pública requer uma Vacina. Neste cenário, a LepVax surge como uma Vacina profilática e terapêutica, que poderá contribuir para as metas de controle da doença’.
O desenvolvimento desse candidato a Imunizante é um esforço coletivo. O projeto teve início em 2002 com o financiamento realizado pela entidade filantópica American Leprosy Missions (ALM) e desenvolvimento do Access to Advanced Health Institute (AAHI), ambos dos Estados Unidos. Do Japão, vieram apoio do Global Health Innovative Technology Fund’ (GHIT Fund) e da Fundação de Saúde Sasakawa. E o Brasil teve como patrocinadores o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) e o Ministério da Saúde.
Entendendo a Hanseníase
A hanseníase é uma doença conhecida há mais de 4 mil anos, causada pela bactéria Mycobacterium leprae e passa de pessoa a pessoa por meio de tosse, espirro ou fala. A infecção causa lesões manchas brancas, avermelhadas ou acastanhadas na pele, mas elas não são contagiosas. Mesmo assim, causou manifestações de preconceito ao longo dos anos e se tornou um exemplo a não ser seguido diante de doenças infecciosas. Os pacientes costumam apresentar sensibilidade nas lesões, formigamento nas mãos e pés e nódulos pelo corpo. Também têm comprometimento dos nervos. O tratamento é fundamental para controlar a doença e evitar sequelas.
Fonte: @ Veja Abril
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