Repercussão de casos de preconceito contra cotistas ocorre meses após lançamento do livro De Onde Eles Vêm, que conta história de jovem negro que entrou na universidade pública por meio das cotas, inserindo-se em ambiente considerado para poucos, acostumada a ser servida por universitário de handebol, estilo de vida da elite.
Em um jogo de handebol universitário entre a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e a Universidade de São Paulo (USP), um incidente trouxe à tona discussões sobre pobreza e cotas no ensino superior brasileiro. Alunos da PUC-SP se referiram a colegas da USP como ‘filhos da pobreza’ e disseram que ‘só podia ser cotista’.
Esses comentários foram feitos durante um jogo de handebol, mas acabaram extrapolando para uma discussão sobre as condições socioeconômicas e a política de cotas. A PUC-SP tem uma política de cotas para alunos de baixa renda, enquanto a USP também tem cotas, mas com critérios diferentes. O incidente revelou uma tensão subjacente sobre a pobreza e suas consequências no acesso à educação no Brasil.
Conflitos nas universidades públicas: os impactos psicológicos e sociais da ascensão social
A ascensão social de jovens negros em universidades públicas, conquistada através do sistema de cotas, é um fenômeno complexo que envolve diversos impactos psicológicos e sociais. Nesse contexto, a exclusão histórica desses espaços universitários desafia os alunos cotistas ao enfrentar obstáculos inéditos.
Os desafios inéditos
Ao ingressar em um ambiente historicamente marcado pela exclusão, os alunos negros de periferia e de escolas públicas começam a enfrentar conflitos inéditos. A luta pela permanência na universidade é um dos primeiros desafios que esses alunos enfrentam. Diferentemente de seus colegas, eles enfrentam obstáculos específicos que os impede de se sentir parte do grupo.
A luta pela segurança e valorização
A falta de redes de acolhimento e coletivos negros pode ser um obstáculo para os alunos cotistas. Além disso, a ausência de bolsas de estudo e apoio financeiro pode dificultar a sua permanência na universidade.
A exclusão histórica e sua reflexão
O sistema de cotas foi implementado para combater a exclusão histórica na universidade. No entanto, a realidade é mais complexa do que se pode imaginar. A ascensão social de jovens negros em universidades públicas é um processo que envolve diversos desafios, desde a luta pela permanência até a falta de redes de apoio.
A experiência de Jeferson Tenório
Para o escritor Jeferson Tenório, que também foi um dos primeiros alunos a serem admitidos em uma universidade pública por cotas, a experiência foi marcada por preconceitos e estereótipos. Ele lembra de ter ouvido que seria difícil conseguir emprego e que as notas do curso seriam afetadas pela presença de cotistas.
Desafios sociais e psicológicos
A ascensão social de jovens negros em universidades públicas também envolve desafios sociais e psicológicos. Eles precisam lidar com a frustração de não serem aceitos como iguais, e com a sensação de que não são capazes de alcançar seus objetivos.
A importância da reflexão
A reflexão sobre a experiência de ascensão social é fundamental para entender os desafios que os jovens negros enfrentam ao entrar em universidades públicas. Além disso, é importante criar redes de apoio e oportunidades para que esses alunos possam se sentir valorizados e seguros em seu ambiente universitário.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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