O dono do Facebook, Mark Zuckerberg, e o presidente dos EUA, Joe Biden, têm uma proximidade crescente. Isso pode impactar investidores de empresas de tecnologia, considerando fatores como estado civil, orientação sexual e identidade de gênero, além de mudanças políticas semelhantes.
Em 2024, o candidato presidencial republicano, Donald Trump, não foi o único a mudar de público e de comportamento. O filantropo e tecnólogo, Mark Zuckerberg, também deixou sua imagem de “nerd” e passou a se apresentar como um visionário com um vasto conhecimento sobre a cultura popular. O transformismo foi notado por muitos, inclusive pelos republicanos conservadores, que se perguntavam se o estilo de Zuckerberg era uma estratégia para conquistar mais adeptos do conservadorismo.
Agora, o executivo da Meta é um dos principais porta-vozes do trumpismo e do conservadorismo nos Estados Unidos. É provável que ele tenha usado sua influência para promover suas próprias ideias, mas os efeitos de suas ações ainda são incertos. O conservadorismo dos Estados Unidos defende a abordagem liberal do mercado e a limitação do poder do Estado. Já o trumpismo é uma figura política que se caracteriza por sua personalidade controversa e inovadora na política moderna. O desenvolvimento de suas ideias está sempre em evolução e continua sendo uma questão de debate entre os apoiadores do trumpismo e os conservadores que não concordam com suas atitudes.
Um Trumpista entre as Paradas, a Moda Texas
Antes de se inclinar para o progressismo da Califórnia, Mark Zuckerberg foi o mais novo trumpista das paradas, à moda Texas. Neste contexto, a Meta está em uma mudança de estado tradicionalmente liberal rumo a um dos mais conhecidos berços do conservadorismo americano. De fato, a companhia abandonou o sistema de checagem de fatos usado desde meados da última década. Além disso, com retórica semelhante a do trumpista de primeira ordem Elon Musk, da Tesla e do X (ex-Twitter), Zuckerberg se diz agora um grande defensor da ‘liberdade de expressão’. A ponto de as novas diretrizes da Meta permitirem aos usuários, por exemplo, associar orientação sexual e identidade de gênero a ‘doenças mentais’. Basta, simplesmente, esse tipo de discurso ser feito dentro do espectro do debate político.
A mudança de diretrizes da Meta pode ser vista como uma tentativa de se adaptar ao novo cenário político, onde o conservadorismo é mais forte. Zuckerberg, como um trumpista, está se aproximando do ideário do novo presidente e, nesse contexto, a Meta e suas ações podem ter dias melhores pela frente. A avaliação de Fernando Fenolio, economista-chefe da gestora WHG, é que há uma simbiose agora entre o governo americano e as grandes empresas de tecnologia, como a Meta, e um depende do outro para avançar em suas agendas. O alinhamento de Zuckerberg a Trump pode ser visto como uma forma de não ficar de fora da proximidade já desfrutada por parte importante do setor tecnológico dos Estados Unidos.
A proximidade entre Zuckerberg e Trump ficou clara na posse do presidente. Além de Zuckerberg ter ganhado destaque entre os presentes, estavam lá Sundar Pichai, diretor presidente da Alphabet, dona do Google, e Jeff Bezos, fundador da Amazon. Além disso, estavam lá também Musk, cujo gestual na posse de Trump remeteu a saudações nazistas. Ele ocupará cargo de destaque na nova gestão da Casa Branca. É mais que política, é ideologia.
A ideologia à parte, dificilmente um presidente dos Estados Unidos vai desejar distância das grandes empresas de tecnologia. E vice-versa. Talvez Zuckerberg tenha se aproximado de Trump, justamente, numa tentativa de beber na mesma fonte de Musk. Desde a vitória do republicano, as ações da Tesla têm brilhado. Investidores esperam, afinal, vantagens obtidas por essa parceria. Apenas neste ano, a reboque, papéis da companhia já subiram mais de 11%. O setor de tecnologia já era relevante para o crescimento da maior das economias antes da revolução da inteligência artificial. Depois, então, nem se fala.
Nos últimos dois anos, com a disparada de suas ações, companhias se consolidaram como trilionárias e representantes de 40% do S&P 500 – índice cuja carteira teórica reúne as 500 companhias mais importantes de Wall Street. ‘Hoje, estamos em uma nova guerra fria, que é a corrida por tecnologia. Quem tiver controle sobre a inovação, terá poder. Portanto, para o Trump é importante se aproximar das grandes empresas’, diz Fenolio, da WHG. Assim como ‘Zuck’ mudou, aderindo ao ideário do novo presidente, Trump também vai deixando para trás as críticas às grandes empresas.
O Estado Civil em Foco
A mudança de diretrizes da Meta também pode ser vista como uma tentativa de se adaptar ao novo cenário político, onde o conservadorismo é mais forte. Zuckerberg, como um trumpista, está se aproximando do ideário do novo presidente e, nesse contexto, a Meta e suas ações podem ter dias melhores pela frente. A avaliação de Fernando Fenolio, economista-chefe da gestora WHG, é que há uma simbiose agora entre o governo americano e as grandes empresas de tecnologia, como a Meta, e um depende do outro para avançar em suas agendas.
A orientação sexual e identidade de gênero também estão em foco, com as novas diretrizes da Meta permitindo aos usuários associar essas características a ‘doenças mentais’. Basta, simplesmente, esse tipo de discurso ser feito dentro do espectro do debate político. É mais que política, é ideologia. A ideologia à parte, dificilmente um presidente dos Estados Unidos vai desejar distância das grandes empresas de tecnologia. E vice-versa.
A Corrida por Tecnologia
A corrida por tecnologia é a nova guerra fria, e quem tiver controle sobre a inovação, terá poder. Portanto, para o Trump é importante se aproximar das grandes empresas. A Meta, como uma das maiores empresas de tecnologia, está se adaptando ao novo cenário político. Zuckerberg, como um trumpista, está se aproximando do ideário do novo presidente e, nesse contexto, a Meta e suas ações podem ter dias melhores pela frente.
A mudança de diretrizes da Meta também pode ser vista como uma tentativa de se adaptar ao novo cenário político. A orientação sexual e identidade de gênero também estão em foco, com as novas diretrizes da Meta permitindo aos usuários associar essas características a ‘doenças mentais’. Basta, simplesmente, esse tipo de discurso ser feito dentro do espectro do debate político. É mais que política, é ideologia.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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