UFSP, vinculada ao MEC, testa tratamento com nitrogênio líquido em ambulatório, protocolo pioneiro na América Latina.
Em uma iniciativa pioneira no país, os médicos da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) aplicaram o procedimento de crioablação em um paciente com carcinoma de mama.
A crioablação é uma técnica que utiliza frio para destruir células cancerígenas. Em casos de carcinoma de mama, a neoplasia maligna pode se desenvolver em tecidos frouxos, tornando mais difícil o tratamento com outras técnicas. Nesse contexto, o câncer de mama pode ser tratado com sucesso utilizando-se a crioablação, uma vez que o frio pode penetrar em tecidos densos e até mesmo em tecidos frouxos. A ablação por frio é uma abordagem inovadora que pode ser usada para destruir tumores, incluindo os carcinomas de mama.
O Avanço da Medicina: Aplicação da Crioablação em Carcinoma de Mama
O Hospital São Paulo (HSP/Unifesp) recentemente realizou um procedimento inovador na Unidade Diagnóstica do ambulatório de Mastologia, visando o tratamento de um carcinoma de mama inicial. Esse marco é resultado de uma parceria que explora as técnicas de tratamento avançadas para abordar a neoplasia, focando na diminuição dos problemas cardíacos associados ao câncer.
A crioablação é uma técnica que utiliza temperaturas extremamente baixas para congelar e destruir células cancerígenas ou tecidos alvo. Este procedimento minimamente invasivo permite o tratamento direto do tumor, minimizando danos ao tecido saudável ao redor. Os estudos realizados pela Unifesp indicam que essa técnica pode ser realizada em ambulatório, sem necessidade de internação hospitalar, com o uso de anestesia local, tornando-a uma opção indolor e eficaz para o tratamento do carcinoma de mama.
A utilização de nitrogênio líquido a uma temperatura de cerca de -140ºC é fundamental para a crioablação. Essa abordagem permite a formação de uma esfera de gelo, destruindo o tumor, sem deixar uma cicatriz considerável, maior do que a própria biópsia realizada. Segundo Afonso Nazário, professor da Escola Paulista de Medicina da Unifesp, essa abordagem apresenta alto grau de precisão, é relativamente rápida e pode ser utilizada em pacientes com tumores menores do que 2,5cm, sem a necessidade de cirurgia tradicional.
A pesquisa em andamento visa comparar a eficácia da crioablação com a cirurgia tradicional, envolvendo mais de 700 pacientes em 15 centros de saúde do estado de São Paulo. Essa abordagem marcou a continuidade da pesquisa de pós-doutorado de Vanessa Sanvido, focada no carcinoma de mama.
A expansão do uso da crioablação em carcinoma de mama pode trazer benefícios significativos, incluindo a redução do tempo de internação e a diminuição do custo, tornando-a mais acessível para as pacientes. Com o objetivo de tornar a crioablação mais acessível, especialmente para o Sistema Único de Saúde (SUS), os pesquisadores estão otimistas em alcançar o objetivo de tirar da fila do SUS de 20 a 30% das pacientes com carcinoma de mama.
Fonte: © MEC GOV.br
Comentários sobre este artigo