Crianças são influenciadas a vender cursos nas plataformas Kiwify e Cakto por outros mirins, usando estratégia de marketing de afiliados, o que pode ser considerado trabalho infantil. Infoprodutores utilizam infância deles para em cima de vendas nas plataformas dedicadas.
Na sociedade contemporânea, jovens brasileiros, muitas vezes, compartilham em suas redes sociais relatos sobre uma vida de luxo e confort, aparentemente alcançados por meio de supostos trabalhos realizados na internet. Esses perfis online, repletos de detalhes sobre suas supostas conquistas, desencadeiam sentimentos misturados entre os espectadores.
Agora, o foco recai sobre o assunto delicado do trabalho infantil, que envolve a exploração de menores em atividades remuneradas. Experiências de exploração infantil, como a exploração para trabalho forçado, são ainda mais graves, pois violam direitos fundamentais. O reconhecimento dessas situações é crucial para o enfrentamento de tais práticas, que colocam em risco a saúde e o desenvolvimento das crianças e adolescentes. O trabalho infantil forçado, por exemplo, é uma das formas mais extremas de exploração, onde menores são forçados a trabalhar contra a sua vontade, submetidos a condições degradantes e sem qualquer proteção. É fundamental que sejam tomadas medidas eficazes para prevenir e erradicar essas práticas, garantindo o direito à infância e à juventude.
Trabalho Infantil On-line: A Faceta Obscura do Mundo Digital
A proliferação de adolescentes que ostentam rendas altas em suas redes sociais tem gerado debate sobre a realidade por trás dessas afirmações. Vários ‘influencers mirins’ publicam vídeos em suas contas no Instagram e no TikTok, desafiando a crença de que o estudo é fundamental para o sucesso. Em vez disso, eles prometem um trabalho fácil e fácil dinheiro, sem revelar a origem da sua suposta riqueza. Esses jovens pedem que os interessados em saber a ‘receita’ do sucesso mandem uma mensagem privada ou acessem um link. A continuação do conteúdo revela que o caminho para ‘ter’ uma vida como a deles começa com a compra de um curso hospedado nas plataformas de marketing de afiliados Kiwify e Cakto.
Essas plataformas, amplamente divulgadas pelos adolescentes, oferecem uma estratégia de vendas em que uma empresa ou pessoa (também conhecida como infoprodutor) cria e disponibiliza seu curso ou produto em plataformas dedicadas para isso. Outras pessoas, então, divulgam esses conteúdos com links exclusivos e ganham uma porcentagem em cima da venda delas. Os cursos, que prometem ensinar a ganhar dinheiro com a participação em vendas desses mesmos cursos, têm nomes chamativos como ‘O Tesouro do Tráfego Orgânico’ e ‘Acelerador de resultados’. Eles são ministrados por outras pessoas que não os influencers. Por exemplo, no curso adquirido pelo g1, o irmão de uma menina que ostenta nas redes é quem dá as aulas. Os conteúdos custam entre R$ 10 e R$ 200 — o que causa estranhamento diante do quanto esses influencers dizem faturar.
A pedido do g1, advogados especializados em direito da criança e do adolescente analisaram as postagens e disseram que podem ser casos de trabalho infantil on-line. Os adolescentes podem estar sendo usados por indivíduos mal-intencionados para praticar fraude (estelionato), avalia Kelli Angelini, advogada especialista em educação digital e autora do livro ‘Segredos da internet que crianças e adolescentes ainda são sabem’. A legislação brasileira define o crime de estelionato (Art. 171) como a tentativa de ‘obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento’. Neste caso, os menores podem estar sendo explorados para ganhar dinheiro de forma fraudulenta.
Vários deles foram encontrados nas redes sociais, com milhares de seguidores, prometendo um estilo de vida luxuoso. Eles pedem que os interessados em saber a ‘receita’ do sucesso mandem uma DM (mensagem privada) ou acessem um link. A continuação do conteúdo revela que o caminho para ‘ter’ uma vida como a deles começa com a compra de um curso hospedado nas plataformas de marketing de afiliados Kiwify e Cakto.
A exploração infantil é uma realidade cada vez mais comum e os adolescentes podem estar sendo usados para promover produtos e serviços, sem entender a gravidade da situação. A exploração infantil é uma violação dos direitos fundamentais dos menores e pode ter consequências graves para a sua saúde mental e emocional. Além disso, a prática de exploração infantil é ilegal e os responsáveis podem ser punidos de acordo com a legislação.
Os adolescentes devem ser protegidos e apoiados para que possam desenvolver habilidades e competências para a vida adulta, e não serem explorados para fins lucrativos. A exploração infantil é uma questão séria que deve ser abordada com cuidado e atenção. Os adolescentes devem ser conscientizados sobre a importância do estudo, da educação e do desenvolvimento pessoal para alcançar o sucesso na vida.
Fonte: © G1 – Tecnologia
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