Medicação oral para pacientes com idade superior a 6 anos e mutação genética rara (F508del em CFTR gene) será entregue pela SUS em semanas. Terapia avançada (Trikafta) será incorporada por Conitec, com acordo da Comissão Nacional. Médicos em centros de referência distribuirão o medicamento do Ministério da Saúde.
Desde 2019, a terapia avançada para fibrose cística tem sido uma demanda constante dos pacientes. Considerada uma abordagem inovadora e eficaz, foi recentemente incluída no rol de tratamentos oferecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), após a assinatura de um acordo histórico nesta sexta-feira, 17.
Além da terapia avançada para fibrose cística, outras opções de tratamento também estão disponíveis para os pacientes. A inclusão dessa modalidade avançada representa um avanço significativo no cuidado e na qualidade de vida dos indivíduos afetados por essa condição genética. A partir de agora, mais pessoas terão acesso a esse recurso inovador e promissor.
Avanços na Terapia Avançada para Fibrose Cística
Submetido à consulta pública e aprovado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) no ano anterior, o Trikafta é uma opção de tratamento inovadora para pacientes com fibrose cística. Indicado para indivíduos com mais de 6 anos que possuem pelo menos uma mutação genética associada à doença, o medicamento é uma terapia avançada para fibrose cística que visa melhorar a qualidade de vida e prolongar a sobrevida desses pacientes.
A terapia tripla, composta por Elexacaftor, Tezacaftor e Ivacaftor, foi aprovada nos Estados Unidos há cinco anos e está sendo utilizada em mais de 60 países ao redor do mundo. Agora, o Brasil se destaca como o primeiro país da América Latina a disponibilizar o Trikafta pelo Sistema Único de Saúde (SUS), graças a um acordo firmado com o Ministério da Saúde.
A entrega do medicamento aos centros de referência está prevista para as próximas semanas, beneficiando cerca de 1.700 pacientes com fibrose cística no país. A incorporação do Trikafta é especialmente relevante para aqueles diagnosticados com a mutação F508del no gene modulador CFTR, uma alteração genética que afeta o transporte de íons e água nas células.
A presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Margareth Dalcolmo, destaca a importância desse avanço terapêutico. Segundo ela, o Trikafta representa uma nova esperança para os pacientes e suas famílias, proporcionando uma abordagem mais eficaz no tratamento da fibrose cística. Médicos em todo o país estão entusiasmados com essa nova opção terapêutica, que promete revolucionar o cuidado desses pacientes.
O funcionamento do Trikafta baseia-se na ativação da proteína CFTR, corrigindo sua função anômala e melhorando o transporte de sal e água nas células afetadas pela fibrose cística. Essa ação combinada dos componentes do medicamento contribui para a hidratação e desobstrução do muco nas vias aéreas, aliviando os sintomas respiratórios característicos da doença.
A fibrose cística, uma condição genética rara que afeta mais de 92 mil pessoas em todo o mundo, é uma doença progressiva que compromete a função pulmonar e pode levar à morte prematura. No Brasil, onde aproximadamente 6.200 indivíduos convivem com essa enfermidade, a expectativa de vida dos pacientes é em torno dos 21 anos.
Essa condição hereditária resulta de mutações no gene CFTR, que afetam a regulação do transporte de íons e água nas células de diversos órgãos, como pulmões, fígado, pâncreas e trato gastrointestinal. A disponibilidade de terapias avançadas, como o Trikafta, representa um marco na abordagem da fibrose cística, oferecendo novas perspectivas de tratamento e esperança para aqueles que convivem com essa doença debilitante.
Fonte: @ Veja Abril
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