Ganho de liquidez natural, financeiro, despesas cortadas, surfam ondas, mercado emerge, percepção de risco fiscal se alastra, índice perde 127 mil pontos.
Nos mercados financeiros, o tempo é um elemento crucial, especialmente quando se trata de tomada de decisões. Atrás das decisões políticas, há um ritmo mais lento e mais ponderado, refletindo a natureza cautelosa e prudente de suas implicações.
Ao contrário, os investidores operam no ritmo do mercado, onde a velocidade e a reação são fundamentais para aproveitar as oportunidades e minimizar os riscos. Com a globalização, a velocidade na qual as notícias e os dados fluem é incrível, tornando cada segundo valioso em termos de tomada de decisão. Um erro de cálculo pode deixar investidores sem margem de manobra, enquanto o governo, com seu envolvimento político, precisa ser mais cauteloso e considerar todas as implicações de suas ações.
Tempo é dinheiro, especialmente em tempos de turbulência financeira
Implementar boas análises e decisões no mercado financeiro é crucial, mas o tempo de execução é fundamental para evitar perdas significativas. Na bolsa brasileira, o desfasamento entre as expectativas e a realidade levou a uma queda de 1% no Ibovespa, fechando em 126.922 pontos. Este foi o menor valor em mais de três meses, remontando a 6 de agosto, quando o pânico de uma recessão nos Estados Unidos afetou o índice.
A fuga do risco global também se refletiu na alta do dólar, que alcançou R$ 5,83 nas máximas da sessão, antes de perder ímpeto. O câmbio encerrou o pregão em R$ 5,81, com uma alta de 0,75% hoje. No acumulado do ano, a valorização da moeda americana ante o real atinge 19,75%.
A barriga da novela do pacote de cortes de gastos governamentais elevou a percepção de risco fiscal. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, prevê o anúncio para a próxima terça-feira, dia 26 de novembro. A apresentação era esperada após o fim do G20, mas ainda nesta semana. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que a relação de despesas que serão cortadas deve ser finalizada até amanhã.
A paciência dos investidores está sendo testada, e a incerteza aumenta a liquidez natural. Grande investidores surfam as ondas que aparecerem e as abandonam antes de virarem espuma. Esses movimentos táticos são muito comuns entre os ‘tubarões’ no mercado de renda variável.
As sinalizações sobre o que virá no pacote dão conta de um plano de contingência da ordem de R$ 70 bilhões para os próximos dois anos. Quantitativamente, seria suficiente para agradar agentes, que esperam algo acima dos R$ 50 bilhões para se darem por satisfeitos.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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