Dados do Censo de 2021: melhorou o índice de alfabetização do país, mas desigualdades persistentes: Nordeste e indígenas ap presentam quatro vezes mais analfabetos do que pessoas brancas; faixa etária de 15-19 anos: queda expressiva em alfabetização; idosos >65 anos: baixo percentual alfabetizados; disparidades regionais e raciais na faixa de pessoas com 15 anos ou mais; municípios e estados: queda no índice alfabetização; CFM apresenta salto desigualdade no dívida educacional; distrito federal e estados: percentual de analfabetos entre preta/indígenas é maior.
No Brasil, 11,4 milhões de indivíduos com 15 anos ou mais não possuem a habilidade de ler e escrever um texto simples, representando 7% da população nessa faixa etária. Mesmo com avanços significativos nas últimas décadas [confira mais adiante], a região Nordeste mantém as maiores taxas de analfabetismo do país: 14,2%, o dobro da média nacional.
As taxas de analfabetismo no Brasil, embora tenham diminuído, ainda representam um desafio significativo para a educação no país. É fundamental que esforços contínuos sejam direcionados para reduzir o índice de analfabetismo e garantir oportunidades educacionais para todos os cidadãos, especialmente nas regiões com maiores desafios nesse aspecto.
Taxa de analfabetismo: Dados do IBGE revelam melhora relativa em 2022
Os dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), provenientes do Censo Demográfico 2022, apontam para uma evolução significativa em relação à última pesquisa de 2010. Houve um notável aumento de 80,9% para 85,79% no índice de alfabetizados na região Nordeste, indicando um progresso positivo.
A disparidade regional continua sendo um ponto sensível, com o Sul liderando o país com um índice impressionante de 96,6% de sua população alfabetizada. Essa discrepância geográfica ressalta a necessidade de medidas para reduzir as taxas de analfabetismo em outras regiões.
Além das diferenças regionais, as taxas de analfabetismo variam consideravelmente de acordo com a raça e a faixa etária. Os índices de analfabetismo entre indígenas (16,1%), pretos (10,1%) e pardos (8,8%) são substancialmente superiores aos de brancos (4,3%), evidenciando desigualdades que precisam ser abordadas.
No que diz respeito à idade, observa-se que o índice de analfabetismo é menor entre os jovens de 15 a 19 anos (1,5%) e maior entre os idosos com mais de 65 anos (20,3%). Essa disparidade ressalta a importância de programas educacionais voltados para diferentes faixas etárias, visando reduzir as taxas de analfabetismo em toda a população.
Os dados revelam que 50 municípios no Brasil apresentam índices de analfabetismo acima de 30%, sendo a maioria localizada no Nordeste. Estados como Alagoas (17,7%) e Piauí (17,2%) registram os piores números, destacando a necessidade de políticas públicas eficazes para combater o analfabetismo nessas regiões.
Por outro lado, os 50 municípios com os menores índices de analfabetismo estão concentrados no Sul e Sudeste do país. Estados como Santa Catarina e o Distrito Federal se destacam pelos melhores desempenhos, com altas porcentagens de alfabetizados e baixos índices de analfabetismo.
É importante ressaltar que a taxa de analfabetismo entre a população preta é mais do que o dobro da registrada entre brancos, enquanto entre indígenas, o índice chega a ser quádruplo. Essas disparidades destacam a urgência de ações afirmativas para promover a igualdade de oportunidades educacionais para todos os grupos raciais.
A queda expressiva nas taxas de analfabetismo entre pessoas indígenas, especialmente na região Norte, demonstra os avanços alcançados, mas ressalta a necessidade contínua de investimento em educação para reduzir as desigualdades educacionais no país.
Em relação às faixas etárias, a maior redução nas taxas de analfabetismo foi observada entre pessoas de 35 a 44 anos, indicando a importância de programas de alfabetização voltados para diferentes grupos etários.
A taxa de analfabetismo é mais elevada entre os idosos, o que o IBGE atribui à ‘dívida educacional brasileira’, resultado do histórico de falta de investimento em educação. Apesar dos avanços nas últimas décadas, ainda há desafios a serem superados para garantir que todas as pessoas tenham acesso à educação de qualidade e possam exercer plenamente sua cidadania.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
Comentários sobre este artigo