Economistas do UBS não prevêem cortes de juros em 2025 devido à depreciação da taxa de câmbio doméstica, política fiscal frouxa e política monetária, além da influência do dólar no mercado.
O Banco Central do Brasil acreditava que a política fiscal do governo iria ter um impacto positivo na economia, mas o impacto do pacote de contenção de gastos do governo foi maior do que o previsto, levando a uma alta do dólar e a uma reavaliação da política monetária do banco. Agora, o mercado acredita que a Selic, taxa de juros do Banco Central, irá aumentar de forma mais acentuada do que o previsto anteriormente.
Com a perspectiva de uma política fiscal mais expansionista e a valoração do dólar em R$ 6, o mercado agora projeta uma alta três altas seguidas de 0,75 ponto percentual da Selic, para uma taxa de 13,5% em março de 2025, levando a uma reavaliação da política monetária do Banco Central e provocando uma taxa de juros mais alta. A política monetária do Banco Central irá ser uma das principais ferramentas para lidar com a inflação e manter a estabilidade econômica no país.
Expectativas em Torno da Selic
Acreditamos que um novo tom para a política monetária, liderada pela Selic, precisa ser uma decisão unânime do Copom. Esperamos que ele faça isso em sua próxima reunião, marcada por uma necessidade de ajuste. Em outras palavras, consideramos um aumento unânime de 0,75 ponto percentual como a opção mais atraente em relação a uma decisão dividida de alta de 1 ponto percentual, em um cenário onde a política fiscal frouxa está pesando fortemente sobre o Banco Central. ‘Essa política monetária está sobrecarregada devido à política fiscal frouxa, que está se ajustando de maneira inadequada’, alertam os especialistas.
Os economistas do UBS avaliam que a depreciação da taxa de câmbio doméstica não permitirá cortes de juros em 2025, contrariando a perspectiva anterior do banco. ‘A política fiscal frouxa está sobrecarregando o Banco Central,’ reiteram. Eles também destacam que a contenção de despesas é tímida, o que revela uma preferência por não fazer grandes ajustes, necessários para equilibrar a balança fiscal.
Além das projeções para a Selic, o UBS aumentou as previsões para a taxa de câmbio e o IPCA. O cenário-base do banco agora aponta para um dólar cotado a R$ 6 no fim de 2024 e 2025, e uma inflação de 4% no final do ano que vem, de 3,5% na projeção anterior.
Para os especialistas, o cenário atual, com política monetária e fiscal em desalinhamento, não permite que o Banco Central reduza a Selic. ‘Em nossa opinião, a política monetária está arcando com o ônus da política fiscal frouxa, que está se ajustando menos do que deveria’, alertam.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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