Investigação que quebrou sigilo do governador do Rio envolve crimes como peculato, corrupção e lavagem de dinheiro, ligados a instituições filantrópicas.
A investigação da Polícia Federal, conhecida como Operação Sétimo Mandamento, teve desdobramentos surpreendentes. Foi autorizada a quebra dos sigilos fiscal, bancário e de mensagens eletrônicas do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, o que gerou repercussão em todo o país.
Leia mais: ‘PF faz buscas contra irmão de Castro’
O mandado de busca e apreensão que faz parte da investigação também atingiu três pessoas da administração estadual, incluindo seu irmão de criação, Vinícius Sarciá Rocha, conforme apontamento da revista Veja.
Os desdobramentos da investigação da Polícia Federal, denominada Operação Sétimo Mandamento, continuam a gerar polêmica. Além da quebra dos sigilos fiscal, bancário e de mensagens eletrônicas do governador Cláudio Castro, a averiguação resultou em um mandado de busca e apreensão contra três pessoas da administração estadual, incluindo Vinícius Sarciá Rocha, seu irmão de criação, como apontado pela revista Veja.
.
Operação Sétimo Mandamento: desdobramento da Operação Catarata
Na residência de Rocha, figura nomeada presidente do Conselho de Administração da Agência de Fomento do Estado do Rio de Janeiro (AgeRio), foram encontrados R$ 128 mil e pouco mais de US$ 7,5 mil em dinheiro vivo. A defesa alega que o valor foi devidamente declarado no Imposto de Renda.
Essa operação, que é um desdobramento da Operação Catarata, foi deflagrada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público estadual em 2019, com o intuito de apurar a existência de crimes de organização criminosa, peculato, corrupção e lavagem de dinheiro em instituições filantrópicas fluminenses entre 2017 e 2020.
Apuração de crimes na área de assistência social e propinas recebidas
No período em questão, Castro ocupou o cargo de vereador e depois atuou como governador interino, após o afastamento de Wilson Witzel.
De acordo com a Veja, a PF alega que o grupo recebeu propinas que variavam de 5% a 25% dos valores dos contratos na área de assistência social, os quais totalizam mais de R$ 70 milhões.
No desenrolar da investigação inicial, em 2019, o empresário Marcus Vinícius de Azevedo, ex-assessor de Castro, foi preso.
Após Azevedo fechar um acordo de delação premiada, as averiguações foram repassadas para a PF e para a Procuradoria-Geral da República, devido à alta posição do alvo principal.
Denúncias, evidências e solicitação de abertura de inquérito
Azevedo alegou atividades ilícitas do ex-patrão, Cláudio Castro.
De acordo com a Veja, imagens divulgadas pelo MP mostraram Castro chegando a um shopping da Zona Oeste carioca com uma mochila, levantando suspeitas de pagamento ilícito ao se encontrar com o dono de outra empresa do suposto esquema.
Tais evidências levaram a Procuradoria-Geral da República a solicitar a abertura de um inquérito contra o governador ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). O pedido foi aceito em abril e agora foi ampliado com a Operação Sétimo Mandamento, também direcionada a Castro, que se declara católico praticante e é cantor gospel nas horas vagas, como mencionado pela revista.
Em resposta, o governo do Rio se defendeu, declarando que a operação ‘causa estranheza e profunda indignação, já que não traz nenhum novo fato à investigação’.
Fonte: © R7 Rádio e Televisão Record S.A
Comentários sobre este artigo