Comissão de Constituição e Justiça insiste na sabatina em 17/09 com o secretário-geral Ismar (Países Baixos).
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), revelou hoje que a sabatina de Gabriel Galípolo para o cargo de comandante do Banco Central (BC) será adiada para o mês de novembro, após as eleições municipais. ‘Acredito que a sabatina deva ocorrer somente depois das eleições’, declarou o presidente da CCJ em entrevista aos meios de comunicação presentes.
Além disso, Alcolumbre ressaltou a importância de manter o foco na realização do processo de arguição de Galípolo, afirmando que é essencial garantir a transparência e a eficácia desse importante momento. ‘A entrevista com o candidato ao Banco Central deve ser realizada de forma estruturada e criteriosa’, enfatizou o presidente da CCJ, reafirmando a relevância da sabatina como parte fundamental do processo de escolha do novo comandante do BC.
Sabatina de Galípolo causa tensão no Senado
Alcolumbre, secretário-geral do Senado e aliado de primeira hora de Rodrigo Pacheco, presidente da Casa, é uma das principais lideranças da política brasileira atual. Como revelado pelo Valor, pessoas próximas a Pacheco já consideram provável o adiamento da sabatina para o próximo dia. A decisão final será tomada ainda hoje.
Apesar das declarações de Alcolumbre, membros do Palácio do Planalto, incluindo o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues, insistem que a entrevista de Galípolo ocorra no dia 17. Para isso, o secretário-geral teria que ser liberado das reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) que terão início na mesma data e exigem um período de silêncio para sua participação.
Além de uma série de descontentamentos por parte de Pacheco em relação ao governo, a situação se complicou ainda mais com Vanderlan Cardoso, presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), responsável pela arguição. Vanderlan expressa sua insatisfação com acordos não cumpridos pela gestão, como o adiamento da decisão sobre o novo decreto das armas, que aborda, entre outros temas, a possibilidade de clubes de tiro estabelecerem operações próximas a instituições educacionais.
Ele também aguardava a análise, nesta semana, da Proposta de Emenda à Constituição que trata da autonomia financeira do Banco Central, cujo conteúdo foi redigido por ele próprio, porém, esse processo ainda não foi iniciado. Um ponto adicional de descontentamento foi a atitude do líder do governo no Senado, Jaques Wagner, ao se autonomear relator da recomendação sobre a nomeação do secretário-geral.
Na percepção de aliados de Vanderlan, tal atitude ‘minimiza’ a influência do presidente da CAE. A situação traz à tona uma serie de tensões que poderiam impactar não apenas o processo de sabatina, mas também as relações políticas no Senado e as decisões futuras da Comissão de Constituição e Justiça.
Fonte: @ Valor Invest Globo
Comentários sobre este artigo