O festival anual de um deus hindu é ignorado por participantes que receberam alertas sobre a poluição das águas.
Em uma cena emblemática, milhares de devotos hindus se reúnem nas margens do rio Yamuna, em Nova Délhi, Índia, para realizar o ritual de purificação, conhecido como Bath de Yamuna. Este evento religioso é uma das práticas mais significativas da cultura hindu e é realizado todos os anos, apesar dos alertas persistentes sobre a poluição e os riscos à saúde associados à água do rio.
Ao se debruçar sobre a água do rio Yamuna, é possível notar a presença de uma espuma densa, resultado do uso excessivo de detergente e fertilizantes que correm em seus afluentes. Além disso, a água do rio é frequentemente contaminada por substâncias químicas, tornando-a extremamente tóxica para a saúde humana. No entanto, os devotos hindus acreditam que a sopa sagrada de Yamuna tem propriedades curativas, e muitos deles a bebem da água do rio para se purificar espiritualmente. Mesmo sabendo que o uso de detergentes pode causar danos à saúde, muitos devotos optam por usar produtos químicos para limpar a água do rio, tóxica ou não.
Devotos se banham em águas poluídas durante festival hindu na Índia
Milhares de devotos hindus participaram do ritual de purificação no rio Yamuna, em Nova Délhi, na Índia, durante o festival anual de Chhath Puja, dedicado ao deus do sol, Surya. O festival ocorreu mesmo com alertas das autoridades sobre os riscos à saúde dos praticantes que mergulham em águas poluídas com resíduos químicos.
O rio, carregado de espuma tóxica, é palco para a celebração da conexão hindu com a natureza. Nova Délhi, metrópole com 30 milhões de habitantes, sofre com poluição do ar intensa.
Mesmo com um apelo recente da Justiça indiana, os fiéis não foram dissuadidos e a crença superou o medo. ‘Cheira mal, é verdade’, disse Deepa Kumari, de 14 anos. ‘Mas o importante é celebrar no rio e com os nossos entes queridos’.
O Yamuna, um dos principais afluentes do Ganges, permanece coberto por uma camada densa de espuma branca gerada pelo despejo de detergentes e fertilizantes, que especialistas consideram uma ‘sopa química’. ‘Estou convencida de que as águas do rio são puras e abençoadas pelo próprio deus do sol’, afirmou Krishnawati Devi, de 45 anos, antes de se ajoelhar dentro do rio.
‘Minha fé em Deus não vacila’, acrescentou.
Fonte: @ Terra
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