Delegado da PF Alexandro Cristian dos Santos Dutra teve sua atenção ao delegado da Operação Fools Gold na Delegacia da PF no Pará-Rio Tapajós, que apura a Operação Levigação com quebramento do sigilo funcional.
Em um caso que chama atenção para a corrupção que pode contaminar os mais altos escalões da administração pública, o delegado da Polícia Federal (PF) Alexandro Cristian dos Santos Dutra teve sua aposentadoria cassada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, por vender informações sobre ações de repressão a donos de garimpos ilegais na região do Rio Tapajós, no Pará.
É importante lembrar que a corrupção ativa ocorre quando um agente público recebe algo a troco de um serviço ou de uma decisão favorável. Neste caso, o delegado da Polícia Federal teria vendido informações que poderiam impactar na corrupção passiva, que se refere à situação em que um agente público é beneficiado por algo, geralmente em troca de serviços ou decisões favoráveis. Advocacia administrativa é uma especialidade jurídica que trabalha com a defesa de entidades públicas, mas também pode ser usada para regularizar atos administrativos que poderiam estar sujeitos a corrupção. É também uma ferramenta importante para combater a corrupção quando usada de forma ética e responsável.
Desvios e Corrupção no Coração do Brasil
No coração do Brasil, onde a riqueza natural é abundante, uma rede de corrupção se esconde, alimentando a ganância de alguns e a injustiça para muitos. Alex Cristian Dutra, um delegado da Polícia Federal, foi alvo da Operação Fool’s Gold, deflagrada em 2020 para combater crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, advocacia administrativa e associação criminosa envolvendo garimpos ilegais no Pará-Rio Tapajós. Ele recebeu pelo menos R$ 313 mil dos garimpeiros, em pagamentos identificados pelo Ministério Público Federal.
A operação também cumpriu mandados de busca e apreensão em São Paulo, Santarém e Itaituba. Dutra responde a uma ação penal em andamento no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) pelo crime de corrupção passiva cometido seis vezes, sendo duas de forma continuada, além de falsidade ideológica, associação criminosa, violação de sigilo funcional e tráfico de influência.
A denúncia apresentada pelo MPF descreve como o delegado recebia a propina. ‘O denunciado [Dutra] recebeu R$ 68,5 mil da empresa FD Gold DTVM (atuante no ramo de metais preciosos), de titularidade de Dirceu Santos Frederico Sobrinho, na forma de 27 depósitos fracionados entre R$ 1 mil e R$ 5 mil, entre os meses de 03/2017 e 01/2019; R$ 21 mil de Paulo Ney, no dia 27/09/2018 – um dia após a deflagração da Operação Levigação; R$ 17,5 mil, entre 05/04/2017 e 21/11/2018, de Paulo Ney Dias da Silva e Leandro Sousa Rodrigues; R$ 7 mil da pessoa jurídica UP Ming Prospecção e Gestão LTDA; R$ 49,2 mil em 20/11/2019, de origem não identificada; e R$ 150 mil, em data incerta, de Paulo Ney, para custeio de gastos com móveis planejados’, diz o MPF.
A operação também cumpriu mandados de busca e apreensão em São Paulo, Santarém e Itaituba, com operações travadas na Delegacia da PF na cidade de Itaituba (PA) e na ocupação do cargo de chefe da delegacia de Santarém. Paulo Ney Dias da Silva, um lobista, foi preso em decorrência de suspeitas de intermediar os pagamentos feitos a Dutra.
Fonte: © Direto News
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