Maria Elisabete, 79, aposentada, é uma das 558 idosas cursando o ensino médio na educação de jovens e adultos.
A idade não é um obstáculo para o aprendizado e o conhecimento. A pessoa pode aprender até o último dia de vida, independentemente da idade. É o que acredita Maria Elisabete, de 79 anos, que participa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2024.
Maria Elisabete provou que a idade avançada não é um impedimento para o aprendizado. Atualmente, ela se dedica a estudar e adquirir conhecimento, contrariando a ideia comum de que idosos ficam sentados em casa, sem fazer nada. Pessoas da terceira idade devem ser valorizadas por seu potencial de aprendizado e contribuição para a sociedade. Aposentados como Maria Elisabete devem ser incentivados a continuar aprendendo e crescendo. Elas têm muito a oferecer, tanto em conhecimento quanto em experiência.
Reinvenção de carreira e conhecimento
Apaixonada por letras e sonhos de publicar um livro, ela se prepara para enfrentar o desafio do Enem, tentando renovar seu mundo de conhecimento e alcançar seus objetivos. Com a nota da prova, ela pretende cursar letras e realizar seu sonho de escrever um livro. O Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) aplicaram as provas de redação, linguagens e ciências humanas do Enem no último domingo, 3 de novembro.
Desafio do Enem para pessoas de todas as idades
A próxima etapa do Enem será realizada no próximo domingo, 10 de novembro. Os candidatos precisam enfrentar o desafio das provas de ciências da natureza e matemática. Dos 4,3 milhões de candidatos confirmados, 2,9 milhões (67%) têm até 18 anos; 420 mil (9,7%) têm entre 19 e 20 anos; 639 mil (14,8%) têm entre 21 e 30 anos; 350 mil (8,1%) têm entre 31 e 59 anos; e quase 10 mil (0,23%) têm mais de 60 anos. Embora representem menos de 1% dos participantes, o número de pessoas com mais de 60 anos que realizam o Enem é o maior da série histórica desde 2020: são 9.950 idosos. Destes, 558 estão cursando o ensino médio na modalidade de educação para jovens e adultos (EJA).
Idosos em busca de conhecimento e educação
Os dados do Censo da Educação Superior 2023 mostram que o Brasil registrou 9.977.217 matrículas nos cursos de graduação e sequenciais de formação específica — presenciais e a distância. Desse total, 60.735 matrículas foram de estudantes com 60 anos ou mais. Quase metade dos alunos nessa faixa etária (30.692) ingressaram no ensino superior em 2023. O aumento de pessoas idosas que resolvem realizar o Enem e ingressar na educação superior acompanha uma elevação da expectativa e qualidade de vida dos brasileiros. De acordo com o Censo de 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a quantidade de habitantes com 60 anos ou mais é de 32,1 milhões, enquanto em 2010 era de 20,5 milhões.
A importância do Enem na educação superior
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) avalia o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica. Ao longo de mais de duas décadas de existência, o Enem se tornou a principal porta de entrada para a educação superior no Brasil, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e de iniciativas como o Programa Universidade para Todos (Prouni). Instituições de ensino públicas e privadas utilizam o Enem para selecionar estudantes. Os resultados são usados como critério único ou complementar dos processos seletivos, além de servirem de parâmetro para acesso a auxílios governamentais, como o proporcionado pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Os resultados individuais do Enem também podem ser aproveitados nos processos seletivos de instituições portuguesas que possuem convênio com o Inep para aceitarem as notas do exame. Os acordos garantem acesso facilitado às notas dos estudantes brasileiros interessados em cursar a educação superior em Portugal.
Fonte: © MEC GOV.br
Comentários sobre este artigo