Estudar com muitas abas abertas pode criar um ciclo vicioso de procrastinação, prejudicando a linha de pensamento e liberando excesso de neurotransmissor de prazer, tornando a multitarefa um obstáculo para o desempenho.
Passar horas navegando pelas redes sociais pode ser um hábito comum para muitos, mas para aqueles que estão se preparando para vestibulares importantes, como a segunda fase da Unicamp ou o Enem, esse comportamento pode ter consequências negativas. O tempo gasto rolando o feed pode ser um obstáculo para o sucesso nos estudos e, consequentemente, afetar o desempenho nas provas.
É importante lembrar que as redes sociais e as mídias sociais são ferramentas poderosas que podem ser usadas para o bem ou para o mal. Enquanto elas podem ser úteis para se manter informado e conectado com amigos e familiares, elas também podem ser uma distração constante. Além disso, os aplicativos de redes sociais são projetados para serem viciantes, com notificações e atualizações constantes que podem roubar o foco dos estudos. É hora de encontrar um equilíbrio e usar essas ferramentas de forma responsável, para que elas não prejudiquem o sonho de ingressar no ensino superior.
O Impacto das Redes Sociais no Desempenho Acadêmico
Os aplicativos de redes sociais podem levar a um ciclo vicioso de procrastinação, gerando ansiedade e irritação, que, por sua vez, levam a uma busca mais frequente pelos aplicativos como forma de escape. De acordo com o docente pesquisador do programa de pós-graduação em psicologia da PUC-Campinas, André Luiz Monezi Andrade, isso pode ter consequências negativas no desempenho acadêmico dos estudantes.
Diversos estudos mostram que quanto mais tempo os estudantes passam em redes sociais — seja no celular, computador ou tablet — maior a chance de haver uma queda no desempenho acadêmico. Um dos principais fatores é a procrastinação: o tempo que poderia ser dedicado aos estudos acaba sendo utilizado de maneira menos produtiva, já que muitos alunos passam mais tempo nas redes do que estudando de fato.
O Uso Excessivo das Redes Sociais e a Procrastinação
Os estudantes acabam se sentindo mais pressionados por não conseguirem acompanhar o conteúdo ou lidar com o volume de estudo. Isso leva ao uso ainda maior das redes como forma de escape, intensificando o estresse e dificultando a concentração. Além disso, a multitarefa, que pode ser útil em algumas situações, pode ser prejudicial quando se trata de estudar para o vestibular. Dividir a atenção com as telas pode interromper a linha de pensamento, dificultar a concentração e impedir o retorno para a tarefa de estudar.
O professor de biologia do pré-vestibular Oficina do Estudante, Gustavo Camacho, faz um alerta aos candidatos e explica o motivo disso acontecer. ‘Cada vez que você sai do foco, você está estudando e vai sair do foco, o seu cérebro entende que aquela tarefa não vai mais ser realizada e agora ele precisa fazer uma nova tarefa. Quando você retorna para o estudo, o processo fica comprometido.’
O Papel das Redes Sociais no Estudo
Fora que na hora que você interrompe seus estudos para ver uma notificação do seu celular, dependendo dessa notificação, vai liberar dopamina em você. A dopamina é um neurotransmissor de prazer. Esse neurotransmissor de prazer vai querer fazer com que você continue no celular, que deve ser algo muito menos tedioso e libera muito mais dopamina.
No entanto, é possível tirar proveito das redes ao estudar. As redes sociais e a internet podem, sim, ser fonte de conhecimento e informação, dependendo de por onde se navega. ‘Muitas vezes, as redes sociais são vistas como vilãs no período do vestibular, mas isso depende de como elas são utilizadas. Não é só o tempo de uso que importa, mas também o tipo de conteúdo que os estudantes acessam.’
Se elas forem usadas para estudar, acessar matérias relevantes ou ficar atualizado com notícias importantes, podem ser uma boa ferramenta. O acesso a conteúdos de qualidade, como portais de notícias e sites educacionais, pode ser útil para os estudantes. Além disso, as redes sociais podem ser usadas para se conectar com outros estudantes e professores, compartilhar recursos e informações, e criar comunidades de aprendizado.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
Comentários sobre este artigo