Advogados veem Bolsonaro como maior cabo eleitoral de Valdemar Costa Neto para 2024 e pedem retomada de contato entre os dois.
A defesa do presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou uma solicitação ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para que fosse reconsiderada a proibição de seu cliente em manter contato com Valdemar Costa Neto, presidente do PL e investigado na operação conduzida pela Polícia Federal em 8 de fevereiro.
A Operação Tempus Veritatis emitiu 4 mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas, incluindo a proibição de contato entre os investigados, inclusive por meio de advogados. A situação se torna cada vez mais desafiadora para o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua defesa busca alternativas para resolver o impasse.
Pedido de Bolsonaro: Total isolamento proíbe contato com pilares do partido
De acordo com o advogado Paulo Amador da Cunha Bueno, a proibição de contato ‘presume que os defensores agirão fora dos limites legais’. Segundo o documento, o total isolamento entre Bolsonaro e Valdemar acaba proibindo Bolsonaro de ‘fazer e manter contato com seus principais pilares dentro do partido’.
A defesa de Bolsonaro enfatiza a liberdade profissional e a comunicação pessoal e reservada com os clientes. Os advogados também questionam a inclusão de Valdemar no rol de investigados: ‘carece de uma fundamentação robusta que justifique não só sua inclusão nas investigações, como também a proibição total de contato com o maior cabo eleitoral do Partido, ora Agravante (Jair Bolsonaro)’.
‘A decisão, ao não apontar elementos concretos que justifiquem a imposição da proibição, deixa margem para interpretações amplas que podem afetar indevidamente o exercício democrático no seio do partido’, diz o pedido.
Arma e ouro: Detalhes da operação e liberdade provisória
O presidente do PL foi detido em flagrante por posse irregular de arma de fogo. O flagrante foi identificado enquanto policiais federais faziam buscas em um dos endereços de Valdemar Costa Neto como parte da operação que apura o envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro, ex-ministros e ex-assessores no plano de um golpe de Estado no período das eleições de 2022.
Também foi encontrada uma pepita de ouro proveniente do garimpo, segundo análise da perícia da PF. A pepita — com aproximadamente 39 gramas — tem ‘teor aproximado de 91,76% de ouro contido’ e valeria aproximadamente R$ 11.687,71.
Segundo a defesa de Valdemar, a pedra apreendida ‘tem baixo valor e não configura delito’. Afirmou também se tratar de uma relíquia. Sobre a arma, a defesa informou que ela é registrada, tem uso permitido, pertence a um parente próximo e foi esquecida há vários anos no apartamento dele. No sábado (10), o ministro Alexandre de Moraes concedeu liberdade provisória para Valdemar Costa Neto, mantendo as medidas cautelares.
Fonte: G1 – Política
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