Presidente eleito cético em divisão da big tech, afetando domínio nas buscas e tecnologia de publicidade.
Donald Trump pretende rever algumas das políticas antitruste implementadas pelo presidente anterior, Joe Biden. Isso pode significar uma reavaliação da tentativa de desmembrar o Google, devido ao seu controle dominante nas buscas online, apontam especialistas.
Portanto, o presidente eleito expressou dúvidas sobre a divisão da big tech. Nesse sentido, a proposta parece conter uma crítica aos métodos da gestão anterior. Além disso, ainda não é claro se Trump vai manter a política agressiva de Biden em relação às grandes empresas de tecnologia.
Desafios para as políticas de concorrência com a chegada de Trump
O presidente eleito Donald Trump deve reduzir parte das políticas antitruste adotadas durante o governo do presidente norte-americano Joe Biden, incluíndo a tentativa da gestão anterior de desmembrar o Google, da Alphabet, por causa de seu domínio nas buscas online, afirmam especialistas. Espera-se que Trump dê continuidade aos processos contra grandes empresas de tecnologia, vários dos quais começaram em seu primeiro mandato, mas seu recente ceticismo em relação a uma possível divisão do Google destaca o poder que ele terá sobre como esses processos serão conduzidos.
Políticas de concorrência em foco
Se você fizer isso, vai destruir a empresa? O que você pode fazer sem quebrá-la é garantir que seja mais justa, disse Trump em um evento em Chicago, em outubro. Atualmente, o Departamento de Justiça (DOJ, na sigla em inglês) dos EUA está conduzindo dois processos antimonopólio contra o Google — um sobre buscas na plataforma e outro sobre tecnologia de publicidade, bem como um processo contra a Apple. A Comissão Federal de Comércio dos EUA está processando a Meta e a Amazon. O que Elon Musk pode ganhar com Trump na presidência? Google começou a ser julgado em setembro nos EUA; entenda o caso.
Desmembramento do Google em debate
O DOJ apresentou uma série de possíveis soluções no caso do processo de busca, incluindo fazer com que o Google se desfaça de partes de seus negócios, como o navegador Chrome, e encerre os acordos que o tornam o mecanismo de busca padrão em dispositivos como o iPhone da Apple. Mas o julgamento sobre essas correções não ocorrerá até abril de 2025, com uma decisão final saindo provavelmente em agosto. Isso dá a Trump e ao DOJ tempo para mudar de rumo, se assim desejarem, disse William Kovacic, professor de direito da Universidade George Washington. Ele certamente está em posição de controlar a disposição do DOJ para a fase de recursos, disse Kovacic, que presidiu a Comissão Federal de Comércio no governo do então presidente George W. Bush.
Políticas de fusões e aquisições em foco
É provável que Trump também recue em algumas políticas que irritaram negociadores durante o governo Biden, disseram os advogados. Uma delas é a relutância em fazer acordos com empresas que se fundem, o que antes era comum e permitia que as empresas resolvessem os problemas de concorrência que as agências levantavam sobre os acordos, tomando medidas como a venda de parte do negócio. A FTC e o DOJ provavelmente descartariam as diretrizes de análise de fusões elaboradas durante o governo Biden, disse Jon Dubrow, sócio do escritório de advocacia McDermott Will & Emery. As diretrizes de fusões de 2023 eram muito hostis às fusões e aquisições, disse ele, ecoando uma opinião amplamente difundida em Wall Street.
Impactos nas empresas de tecnologia
A proibição da Comissão Federal de Comércio (FTC, na sigla em inglês) sobre a maioria das cláusulas de não concorrência em contratos entre empregador e empregado pode ser mais vulnerável a uma ação judicial movida pela Câmara de Comércio dos EUA, se a FTC votar para não defendê-la. Cerca de 30 milhões de pessoas, ou 20% dos trabalhadores dos EUA, assinaram cláusulas de não concorrência em seus contratos de emprego.
Fonte: © G1 – Tecnologia
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