Estudo sugere variação de 4ºC em temperatura entre zonas urbana e rural por falta de áreas-verdes e ocorrência-extrema de ilha-de-calor, auxiliada por modelo-de-aprendizado com inteligência-artificial.
A região metropolitana de São Paulo enfrenta um problema preocupante devido à ausência de árvores em vários bairros, resultando em ‘ilhas de calor’ que tornam essas áreas extremamente quentes e desidratadas. A falta desses elementos naturais contribui para a intensificação do calor, transformando essas regiões em verdadeiras ilhas de calor urbano.
Por meio de pesquisas realizadas pela Universidade de São Paulo (USP), foi verificado a correlação entre a ausência de árvores e o aumento da temperatura em diversas zonas da região metropolitana de São Paulo. A zona-aquecida, por exemplo, é um termo comumente associado a áreas urbanas que sofrem com o calor excessivo. Na verdade, áreas sem árvores são mais propensas a se tornarem extremidade-calorífica, ou seja, extremidades quentes, devido à falta de sombra e à capacidade limitada de resfriamento natural. Além disso, tais regiões tendem a ter uma menor umidade, tornando-as ainda mais inhóspitas. O problema até mesmo se torna mais agudo no contexto da extremidade-quente, que é onde o calor é mais intenso e propício a doenças. As consequências dessas extremidade-aquecida devem ser encaradas com seriedade, pois as ilhas de calor, como as encontradas na região metropolitana de São Paulo, podem ter um impacto significativo na saúde e bem-estar da população.
Desvendando os mistérios da ilha de calor em grandes cidades
A ilha de calor é um fenômeno urbano que pode ser entendido e previsto com o auxílio de modelos de inteligência artificial. Segundo a pesquisadora Flávia Noronha Dutra Ribeiro, que conduziu uma análise de dados meteorológicos, a região metropolitana de São Paulo é um exemplo notável da ilha de calor, com temperaturas que podem atingir 42ºC durante o verão.
Termos extremos em bairros paulistanos
Bairros como Mooca, Freguesia do Ó, Jabaquara e Tucuruvi apresentam uma média de temperatura mais elevada do que locais mais próximos à zona rural, como Capela do Socorro e Riacho Grande. Essa diferença pode chegar a 4ºC, afetando significativamente a vida dos habitantes dessas áreas.
Impacto da construção e da falta de áreas verdes
A ocupação de construções residenciais e comerciais em áreas com menor presença de áreas verdes contribui para o aumento da temperatura. Isso é especialmente verdadeiro em bairros como a Lapa, Butantã, Pinheiros, Vila Mariana, Pirituba, Tremembé, Penha, Vila Formosa, Anhembi e Vila Prudente, que apresentam temperatura extremamente alta durante o verão.
O desconforto térmico e a saúde
A temperatura e a umidade do ar podem afetar significativamente o conforto térmico. Muitas questões de saúde estão relacionadas ao desconforto térmico, e os modelos de aprendizado de máquina são ferramentas que podem ajudar a entender melhor o clima urbano.
Uma solução para as ilhas de calor urbano?
A criação de mais áreas verdes e arborização de vias podem contribuir para amenizar o efeito de ilha de calor. Além disso, a adoção de uma arquitetura e uso de materiais que possam mitigar e se adequar ao clima urbano podem ser soluções eficazes para lidar com as ondas de calor que atingem o Estado de São Paulo.
Fonte: @ Terra
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