OAB/GO protocolou reclamação no CNMP, defendendo prerrogativas da advocacia nas comarcas de Barra do Garças e de Goiânia do Júri e no Ministério Público.
A promotora de Justiça Clarissa Cubis de Lima Canan criticou dois advogados de Goiânia por agirem de forma inadequada, considerando que suas ações se assemelham ao ‘código da bandidagem’.
Em julgamento ocorrido em 30/09, em Barra do Garças/MT, Clarissa Cubis de Lima Canan, promotora de Justiça, acusou dois advogados de Goiânia de seguirem um ‘código da bandidagem’. O episódio, registrada em vídeo e amplamente divulgada nas redes sociais, gerou uma grande repercussão e, como consequência, medidas da Ordem dos Advogados do Brasil/GO.
Falta de respeito por advogados no julgamento
Em uma sessão do Tribunal do Júri na Comarca de Barra do Garças, o Ministério Público fez declarações que foram consideradas inapropriadas e que comprometeram o julgamento, na visão da Ordem dos Advogados de Goiás (OAB/GO). A promotora Clarissa Cubis se dirigiu a dois advogados, Jefferson Adriano Ribeiro Junior e Letícia David Moura, e os chamou de ‘código da bandidagem‘. Em resposta, os advogados pediram que as declarações constassem na ata e que a promotora tivesse respeito.
A promotora também afirmou que estava ‘na minha comarca’ e que não admitia que os advogados de Goiânia ‘fizessem malandragem’ na sua presença. A advogada Letícia se defendeu dizendo que estavam exercendo o direito de defesa e que não eram ‘bandidos’. Veja a cena:
A OAB/GO considera que as declarações da promotora comprometeram o processo e violaram as prerrogativas da advocacia. A Ordem protocolou reclamação contra Clarissa Cubis no CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) e solicitou a instauração de um procedimento administrativo.
A OAB/GO reforça seu compromisso com a defesa intransigente das prerrogativas da advocacia e a proteção da dignidade profissional de seus inscritos. Não serão toleradas atitudes que visem intimidar ou constranger advogados no exercício de seu papel essencial para a administração da justiça.
A Comissão de Defesa das Prerrogativas, dirigida por Alexandre Pimentel, também se manifestou, afirmando que as atitudes da promotora não serão toleradas e que a OAB/GO continuará a defender a dignidade profissional de seus inscritos.
Por outro lado, a Associação Mato-Grossense do Ministério Público e a Associação dos Promotores de Justiça do Júri emitiram uma nota, afirmando que as falas da promotora foram tiradas de contexto e que ela ‘manteve postura zelosa e combativa, defendendo a integridade do Tribunal do Júri e o direito dos jurados, das vítimas e dos familiares das vítimas ao julgamento justo’.
A sessão foi realizada na Comarca de Barra do Garças e contou com a presença de jurados, testemunhas e familiares das vítimas. A discussão foi intensa e envolveu questões de direito e justiça.
Fonte: © Migalhas
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