Projeto Respirar, resultado de diálogos e sensibilidade da Defensoria Pública, lançado oficialmente pelo governo na última sexta-feira.
O lançamento do Projeto Respirar, fruto de uma parceria entre a Defensoria Pública do Estado, médicos e as secretarias de Estado da Saúde e da Primeira Infância (Cria), representa um avanço significativo na viabilização de cirurgias e demais procedimentos de traqueostomia infantil a partir do dia 15 de janeiro.
Conforme o cirurgião torácico do Centro de Via Aérea Pediátrica da Santa Casa de Maceió e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica (SBCT), Wander Mattos Cardoso, o Projeto Respirar nasceu da parceria com a Defensoria Pública, que orientou como o médico pode se inserir na criação de um projeto e colocá-lo de fato dentro de metas claras que os gestores públicos possam corresponder às expectativas da sociedade. Esta parceria será fundamental para garantir o sucesso do Projeto Respirar.
Defensoria Pública: Aliada Emocional no Projeto Respirar
A Defensoria Pública foi imediatamente sensibilizada com o projeto e contribuiu para sua viabilização, ressaltando a importância e o impacto que terá sobre as crianças e as famílias. Segundo Wander, a colaboração de médicos vocacionados a ajudar foi essencial para o sucesso do Projeto Respirar. O Estado compreendeu a relevância do projeto, contribuindo para a sua construção e ressocializando as crianças.
O desafio principal do Projeto Respirar será montar uma base de dados sólida. Em todo o mundo, os dados sobre a morte pediátrica relacionada a problemas obstrutivos da via respiratória são subestimados e de difícil estatística. Segundo Wander, é complicado prever a morte pediátrica devido a problemas respiratórios, devido a outras complicações ajustadas na causa morte, como o CID principal. O método de rastreio estatístico é deficiente, mas o Projeto Respirar pretende mudar essa realidade, buscando a implementação de um banco de dados bem elaborado, para avaliar o impacto nas UTIs. O cirurgião torácico reforça a importância do Projeto Respirar, salientando que entre 15% e 20% das crianças na UTI vão precisar de assistência, especialmente em casos de patologias de alta complexidade, onde o percentual pode chegar a 50%.
Cirurgia de Traqueostomia Infantil: Foco do Projeto Respirar
A Secretária da Primeira Infância (Cria), Paula Dantas, destaca que o projeto vai além das cirurgias, incluindo o treinamento dos pais para proceder em casos de emergência. Ressalta a maturidade, planejamento, gestão e diálogo entre a Defensoria, o Cria e a Secretaria de Saúde. A abordagem visa diminuir custos, judicializações e promover mais eficiência. Para Paula, o projeto é pioneiro e redondo, demonstrando seriedade do governo nas políticas públicas, sendo este um marco no Brasil.
O defensor público Fabrício Leão enfatiza que o Projeto Respirar contribui para a restituição da vida das crianças. Destaca a importância da cirurgia de traqueostomia em permitir que as crianças saiam de um estado de cuidado permanente, devolvendo-as à família em condições de pleno desenvolvimento na primeira infância. Aborda a intermediação da Defensoria Pública como essencial para a realização do projeto, construindo uma realidade onde as políticas públicas beneficiem a sociedade.
O Projeto Respirar é uma iniciativa que representa um grande passo na área de saúde pública, beneficiando milhares de crianças e suas famílias através de um planejamento inovador e cooperação eficaz entre entidades e profissionais de saúde. Parcerias como essas são exemplos do que é possível alcançar quando gestores públicos e comunidades trabalham em conjunto para criar resultados positivos e duradouros.
Fonte: © R7 Rádio e Televisão Record S.A
Comentários sobre este artigo