Falta de mão de obra qualificada para programas sociais é um desafio dos trabalhadores
Em meio à conjuntura econômica desafiadora, a mão de obra qualificada na construção civil tornou-se um bem precioso no Brasil, com a mão de obra qualificada sendo apontada como uma das principais limitações para o crescimento sustentável da indústria. A opinião é de Rubens Menin, Presidente do Conselho de Administração do MRV e do Banco Inter, que destaca o inchaço de programas sociais como um dos principais fatores que agravam o desafio.
A força de trabalho qualificada é fundamental para o sucesso da construção civil, mas a concorrência com outros programas sociais, como o Bolsa Família e o seguro-desemprego, torna muito difícil encontrar trabalhadores qualificados. Operários experientes, por exemplo, são em alta demanda, e a falta de empregados qualificados pode comprometer a qualidade dos projetos, além de aumentar os custos e atrasar os prazos de entrega. É fundamental encontrar soluções inovadoras para superar esses desafios e garantir a mão de obra necessária para impulsionar o crescimento econômico.
Desafios no mercado imobiliário brasileiro
A falta de mão de obra no setor imobiliário é um dos principais obstáculos enfrentados pelas empresas, e não é apenas um problema decorrente dos programas sociais. É necessário incentivar a qualificação dos profissionais para superar essa crise de força de trabalho qualificada. A idade média dos trabalhadores da construção civil, por exemplo, saltou de 38 anos em 2016 para 41 anos em 2024, segundo um estudo do SindusCon-SP.
A falta de mão de obra, em particular, se traduz em atrasos nas obras e no aumento do preço de imóveis, e é uma das principais causas da inflação em serviços. Além disso, o envelhecimento dos trabalhadores da construção civil e a falta de incentivos para a qualificação profissional contribuem para essa crise.
O executivo em painel do Summit Imobiliário, evento promovido pelo Estadão e pelo Secovi-SP, lamenta a situação, afirmando que ‘hoje, faltam trabalhadores para construção civil, para restaurantes, para tudo’. Ele também destaca que a falta de mão de obra é um dos principais desafios enfrentados pelo setor, segundo a Sondagem da Construção realizada pelo FGV Ibre no início do ano, que mostrou que quase 30% das empresas do mercado imobiliário mencionam essa falta como um dos principais problemas.
Programas sociais e falta de mão de obra
O executivo também afirma que os programas sociais não são a única causa dessa crise de mão de obra. É necessário incentivar a qualificação dos profissionais e criar condições para que eles possam trabalhar de maneira eficaz. A perspectiva é corroborada por Rodrigo Luna, Presidente do Secovi-SP e presidente da Plano&Plano, que lamenta a situação e afirma que ‘o ambiente atual é ligeiramente favorável a quem não está produzindo e isto é preocupante’.
Qualificação de trabalhadores
O Presidente do Secovi-SP também destaca a importância de qualificar os trabalhadores para superar a falta de mão de obra no setor. Ele afirma que ‘nós temos que resgatar uma forma de melhorar as condições das famílias. Hoje, um bom oficial de carpintaria ganha mais de 10 mil reais trabalhando numa obra, por exemplo’. Ele também destaca que a construção civil melhorou significativamente e que é necessário mostrar essa melhoria para a população.
Perspectivas para 2025
O executivo também compartilha sua preocupação com relação ao futuro da mão de obra no País e ao mercado imobiliário. Ele afirma que ‘são receosos com o futuro da mão de obra no País’ e que ‘celebramos os resultados alcançados no setor em 2024, mas alertamos para a importância de adaptações em políticas públicas, como o saque-aniversário do FGTS, que compromete o financiamento do setor’.
Ele também destaca as mudanças promovidas este ano nas Letras de Crédito Imobiliário (LCI) como exemplo de como o setor está se adaptando às novas realidades. As regras impõem que o portador de títulos de LCI poderá resgatar dinheiro investido apenas depois de nove meses, ao invés dos três meses – prazo anterior.
FGTS e mercado imobiliário
O executivo também destaca a importância do FGTS para o financiamento do setor imobiliário. Ele afirma que ‘este é um mercado de capital intensivo. Você estica a corda até determinado momento, depois disso não tem economia que aguente juros tão altos’.
Ele também destaca que o ano chega ao fim com números extraordinários, mas deixa um gosto amargo na boca. ‘O movimento da habitação pós-pandemia foi surpreendente. A pandemia ressignificou a casa própria e impulsionou o mercado nos últimos anos, mas o cenário é desafiador com a perspectiva de uma inflação alta’.
Fonte: © Estadão Imóveis
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