Começa julgamento do processo de cassação do senador. Apuração de irregularidades em Curitiba será levada ao CNJ em abril.
A possível cassação de Sergio Moro pela Justiça Eleitoral está sendo amplamente discutida por políticos e lideranças de diversos partidos. Eles acreditam que este caso pode abrir precedentes para outras investigações que, eventualmente, levem à prisão do ex-juiz da Lava Jato.
Nesta segunda-feira (1º), terá início o julgamento do processo de cassação de Moro no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná. Independentemente do resultado, haverá a possibilidade de recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde muitos acreditam que o ex-juiz não escapará e acabará sendo cassado.
Desafios na Justiça para Moro sem mandato
Segundo alguns políticos e membros do Judiciário, a vida profissional de Moro no campo da Justiça está prestes a se complicar.
O motivo para essa previsão é que, de acordo com informações obtidas pelo blog, Moro enfrentará dificuldades perante o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em colaboração com a Polícia Federal, o CNJ está investigando possíveis crimes na administração de recursos na 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba, local onde Moro exercia suas funções como juiz.
Processo de cassação e investigações do CNJ
Se o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidir cassar o mandato do senador, as investigações em curso terão mais relevância. A expectativa é que o caso seja levado ao plenário do CNJ em abril.
Atualmente, Moro é um personagem que desperta rejeição por parte do PT e do PL, partidos que estão em lados opostos – ambos solicitaram a cassação do mandato parlamentar do ex-juiz da Lava Jato.
Além de ser alvo de investigações, as legendas também têm interesse na cadeira de Moro no Senado, já que poderá ser necessária uma nova eleição para preencher a vaga. Caso isso aconteça, o PL lançará Paulo Martins, suplente de Moro, enquanto o PT está considerando os nomes de Gleisi Hoffmann e Zeca Dirceu.
Conselho Nacional de Justiça na mira de Moro
O CNJ, responsável por monitorar a atuação de juízes, tem reunido evidências de irregularidades na administração de recursos pela 13ª Vara Federal de Curitiba durante a gestão de Moro como juiz titular.
Com o auxílio da Polícia Federal, o CNJ está investigando possíveis crimes como peculato, prevaricação e apropriação indébita relacionados à suposta utilização indevida de recursos provenientes de multas, indenizações e acordos de delação no contexto dos processos da antiga Operação Lava Jato.
De acordo com fontes envolvidas nas investigações, as suspeitas recaem sobre Moro e sua sucessora, Gabriela Hardt.
O relatório final da investigação do CNJ está previsto para ser apresentado ao plenário em abril, podendo resultar em sanções administrativas contra os envolvidos. Posteriormente, as evidências de crimes devem ser encaminhadas ao Ministério Público Federal para análise de possíveis denúncias.
Uma das linhas de investigação foca na criação de uma fundação por parte do ex-procurador Deltan Dallagnol, que teria utilizado recursos bilionários de multas pagas pela Petrobras nos Estados Unidos. Segundo apurações do CNJ em colaboração com a PF, a fundação teria sido uma tentativa de regularizar a gestão inadequada de recursos que, na realidade, já vinha ocorrendo.
Fonte: G1 – Política
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