EcoRodovias ganha leilão da Nova Raposo com oferta de R$ 2,19 bilhões, encerrando pacote de privatizações do governo de São Paulo em 2024.
Desde janeiro de 2023, o governador Tarcísio de Freitas impulsionou o processo de privatização de diversas empresas públicas em São Paulo, refletindo a abordagem governamental de reestruturação no setor estatal. Essa abordagem enfatiza a busca por parcerias estratégicas que possam elevar a eficiência e a competitividade das empresas estaduais, priorizando a geração de receita e a melhoria da prestação de serviços.
Entre as privatizações mais notáveis promovidas pelo governo de São Paulo, está a da Cia. Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Embora o governo tenha declarado que o processo de privatização da CPTM visa melhorar a qualidade dos serviços de transporte coletivo, a decisão tem suscitado preocupações sobre a perda de controle estatal sobre as linhas de trens que atendem a mais de 7 milhões de passageiros diariamente. A privatização da CPTM foi anunciada em 2023, após a assinatura de um acordo entre o governo e uma empresa privada. O acordo prevê a transferência de 65% da CPTM para o setor privado em troca de investimentos em infraestrutura e modernização dos serviços. A decisão de privatizar empresas como a CPTM é um exemplo do governo de São Paulo buscar parcerias estratégicas que possam aumentar a eficiência e a competitividade das empresas estaduais.
Pacote de Parcerias Concluído pelo Governo de São Paulo
Na continuação da trajetória das privatizações, a EcoRodovias obteve uma significativa vitória no leilão da concessão rodoviária Nova Raposo, oferecendo R$ 2,19 bilhões, o que representa um ágio de 47.111,67% sobre o valor mínimo da outorga de R$ 4,6 milhões. Isso superou as ofertas das concorrentes EPR (R$ 1,17 bilhão), CCR (R$ 1,04 bilhão) e Via Appia (R$ 477,48 milhões), conferindo-lhe a vencedora desse certame.
A CEO da EcoRodovias, Marcello Guidotti, destacou que a nova adição tem ‘total sintonia’ com a estratégia de crescimento sustentável do grupo, ressaltando que a empresa estudou todos os editais recentes e percebeu um amadurecimento do setor, especialmente no que diz respeito a regulamentações, garantias e segurança contratuais. Com essa vitória, a EcoRodovias chega a uma malha total de mais de 4,8 mil quilômetros de rodovias sob sua gestão em todo o país, incluindo a Ecovias, a Ecopistas e a EcoNoroeste, todas operadas no estado de São Paulo.
A Nova Raposo inclui 92 quilômetros de trechos de quatro rodovias que atravessam dez cidades entre a região metropolitana de São Paulo e o sudoeste do estado. Com um período de 30 anos, a concessão envolve o compromisso de investir aproximadamente R$ 7,9 bilhões em obras e melhorias, como a inclusão de cerca de 78 quilômetros de faixas adicionais, 22 quilômetros de duplicações e 43 quilômetros de marginais. Além disso, o projeto prevê a instalação do modelo de cobrança automática de pedágios, conhecido como free flow, a partir do terceiro ano.
A execução desse projeto demonstra o compromisso de parcerias entre o governo e as concessionárias, como a EcoRodovias, para melhorar a infraestrutura rodoviária e aumentar a eficiência. A privatização da Nova Raposo, assim como outras iniciativas do governo de São Paulo, como o Programa de Parcerias de Investimentos de São Paulo (PPI-SP), que envolve investimentos de R$ 470 bilhões em 24 projetos, visa promover o desenvolvimento sustentável do estado.
Ao longo do ano de 2024, o governo de São Paulo realizou um pacote de leilões como parte do PPI-SP, incluindo a Nova Raposo e a Rota Sorocabana, além de leilões para a construção de escolas e a transferência da gestão de serviços lotéricos. Essas iniciativas visam melhorar a infraestrutura básica e a gestão de serviços públicos, contribuindo para o crescimento do estado.
No entanto, essas privatizações também têm sido alvo de críticas, como a própria privatização da Sabesp, que foi concluída em julho desse ano. Embora tenha recebido elogios pela modelagem adotada nos leilões e pela diversidade de projetos envolvidos, o PPI-SP enfrenta desafios na implementação dessas parcerias, tendo em vista as necessidades complexas da população e a necessidade de equilibrar o interesse público com o empresarial.
Fonte: @ NEO FEED
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