Desigualdade racial é uma realidade percebida por muitos brasileiros, que enfrentam constrangimento, por causa de preconceito ou discriminação racial, gerando sentimentos de discriminação e desgaste emocional e psicológico, afetando a liberdade de circulação e o bem-estar em situações cotidianas.
Devido à discriminação, a sociedade brasileira persiste em perpetuar estereótipos negativos contra a população negra, como a ideia de que os negros são mais propensos ao crime ou que são menos merecedores de oportunidades de emprego e educação. Esses preconceitos levam a uma discriminação que afeta diversas áreas da vida.
Estudos apontam que em torno de 70% dos brasileiros negros, já passaram por uma experiência de discriminação em algum momento da vida, seja em uma forma de preconceito contra a cor da pele, raça ou etnia. Há ainda o preconceito em relação à discriminação racial e social, que se manifesta de diversas formas. A sociedade e o Estado devem trabalhar juntos para combater esses fatores, evitando a discriminação e promovendo a igualdade de oportunidades para todos.
Discriminação: uma realidade cotidiana no Brasil
A discriminação é um tema recorrente na vida das pessoas, especialmente nos relacionamentos sociais. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva e pela plataforma QuestionPro entre os dias 4 e 13 de novembro revelou que a discriminação e o preconceito são vividos em diversas situações cotidianas, afetando a liberdade de circulação e o bem-estar de parcela majoritária dos brasileiros. Conforme a pesquisa, a expectativa de experimentar episódios constrangedores pode tolher a liberdade de circulação e o bem-estar de parcela majoritária dos brasileiros.
A discriminação racial é uma questão grave no Brasil, onde 55,5% da população é composta por pretos e pardos. De acordo com o Censo 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 20,6 milhões de pessoas se autodeclaram pretos e 92,1 milhões se autodeclaram pardos. A discriminação é uma realidade que afeta a sociedade como um todo, e não apenas os negros.
A discriminação pode ser expressa de várias maneiras, como o constrangimento em situações cotidianas. De acordo com a pesquisa, 39% das pessoas negras afirmaram que não correm para pegar transporte coletivo com medo de serem interpeladas. Além disso, 36% dos negros já deixaram de pedir informações à polícia nas ruas, o que pode aumentar o risco de violência e discriminação. O constrangimento pode também ser frequente no comércio: 46% das pessoas negras deixaram de entrar em lojas de marca para evitar embaraços. O mesmo aconteceu com 36% que não pediram ajuda a vendedores ou atendentes, com 32% que preferiram não ir a agências bancárias e com 31% que deixaram de ir a supermercados.
A discriminação pode causar desgaste emocional e psicológico: 73% dos negros entrevistados na pesquisa afirmaram que cenas vivenciadas de preconceitos e discriminação afetam a saúde mental. Entre os brancos, 36% admitem a possibilidade de terem sido preconceituosas contra negros, ainda que sem intenção. Esses dados mostram de forma explícita que a desigualdade racial é uma realidade percebida por praticamente todos os brasileiros.
A discriminação é um problema complexo que requer soluções coletivas. A sociedade como um todo deve se envolver para combater o racismo em suas diversas formas. A pesquisa feita na primeira quinzena deste mês tem representatividade nacional e colheu opiniões de 1.185 pessoas com 18 anos ou mais, que responderam diretamente a um questionário digital. A margem de erro é de 2,8 pontos percentuais.
O racismo é crime no Brasil, e a lei nº 7.716/1989 o proíbe. É fundamental que as pessoas sejam conscientizadas sobre a importância de combater o racismo e promover a igualdade racial. A discriminação é um obstáculo para o desenvolvimento da sociedade, e é fundamental que sejam implementadas políticas públicas e iniciativas sociais que ofereçam suporte emocional e psicológico adequado, além de medidas concretas para combater o racismo em suas diversas formas.
Fonte: @ Nos
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