Fontes da PF disseram que suspeita Jair Bolsonaro teve acesso antecipado a operação que buscou endereços ligados a Alexandre Ramagem.
Segundo fontes da Polícia Federal consultadas pela reportagem, há suspeitas de que Bolsonaro tenha continuado a ter acesso a informações da Abin mesmo após o ex-presidente deixar o cargo, o que levanta questões sobre possíveis irregularidades. Além disso, há indícios de que ele possa ter tido acesso antecipado às informações das operações contra Ramagem e contra o vereador do Rio família Bolsonaro.
No dia anterior à operação da Polícia Federal que realizou buscas nos endereços vinculados ao ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem, o Jair Bolsonaro fez uma publicação nas redes sociais, indicando que ‘as próximas semanas poderão ser cruciais’ e que estamos enfrentando ‘momentos difíceis, de muitas dores e incertezas’. Essa mensagem foi postada em 24 de janeiro, um dia antes da realização da operação.
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Fase da investigação da PF em que Carlos Bolsonaro é alvo
Nesta segunda (29), o vereador Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi o foco de uma nova fase da investigação da PF no caso da ‘Abin paralela’. A suspeita é de que assessores de Carlos Bolsonaro, que também são alvo da operação, pediam informações para o ex-diretor da Abin e hoje deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro Alexandre Ramagem, que é próximo da família Bolsonaro.
O vereador será chamado pela PF para depor em decorrência das autorizações de buscas na residência de Carlos Bolsonaro e na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Além disso, mandados foram cumpridos em Angra dos Reis, onde os Bolsonaro têm uma casa, Brasília, Formosa (GO) e Salvador.
Carlos Bolsonaro é vereador desde 2001 e está em seu sexto mandato consecutivo na Câmara Municipal do Rio, mas teve papel central nas campanhas de Jair Bolsonaro à Presidência da República e atuava como chefe do chamado ‘gabinete do ódio‘, uma estrutura paralela montada no Palácio do Planalto para atacar adversários e instituições – como o sistema eleitoral brasileiro.
Continuidade da operação e a relação com a Abin
A operação desta segunda (29) é uma continuidade da ocorrida na quinta-feira (25), quando Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, foi alvo de buscas. Na ocasião, foram apreendidos com eles 6 celulares e 2 notebooks – inclusive um pertencente à Abin.
Os mandados foram expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moares. Segundo a decisão, Ramagem usou o órgão para fazer espionagem ilegal a favor da família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Entre os alvos estavam autoridades, como Rodrigo Maia e Rodrigo Pacheco, e uma promotora do Ministério Público do Rio de Janeiro que investigava milícias e as mortes de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
O monitoramento também teve como objetivo, segundo a decisão de Moares, favorecer Jair Renan e Flávio em investigações das quais eram alvos. Em entrevista, Flávio negou qualquer favorecimento.
Fonte: G1 – Política
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