Aumenta crise na Segurança-Pública de São Paulo com denúncias de violência por policiais civis contra integrantes do Primeiro-Comando da Capital, desafiando a Força-Integrada e o Combate-Crime.
A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), da Polícia Federal, deflagrou a Operação Latus Actio II, que prendeu um investigador, fez buscas na casas de um delegado e de outro investigador da Polícia Civil e atingiu artistas e influenciadores digitais – entre eles os MCs Brisola, GHdo 7 e Paiva.
Essa ação, que é uma variação da Operação Latus Actio, foca em combater a corrupção e o suborno. O termo propina aparece como um dos principais suspeitos, destacando a importância da investigação. A propina é um tema recorrente em operações de combate à corrupção e ao suborno, especialmente quando envolve figuras de autoridade.
Aumento da Crise na Segurança Pública de São Paulo
A investigação da Polícia Federal (PF) sobre a ligação entre artistas e empresários de funkeiros com a lavagem de dinheiro, sonegação de impostos, loterias ilegais e ocultação de patrimônio, vinda a público, tem capitalizado a crise na Segurança Pública de São Paulo. A cidade já estava sacudida por denúncias de violência policial envolvendo PMs e achaques feitos por policiais civis contra integrantes do Primeiro Comando da Capital.
De acordo com as provas recolhidas pelos federais, os MCs teriam pagado propinas de R$ 20 mil a R$ 100 mil a policiais civis em troca de vista grossa às rifas ilegais que eles promoviam nas redes sociais. Atualmente, a realização de rifas é proibida pelo Ministério da Fazenda, por se tratar de jogo ilegal – só o sorteio de entidades beneficentes foi autorizado pela Lei 5.768/1971.
Os policiais também enviavam relatórios de investigação confidenciais para proteger os criminosos, a fim de os pressionar para obter dinheiro. O Estadão não conseguiu contato até as 20h de ontem com as defesas de policiais e MCs citados no inquérito da PF. Tanto a Secretaria da Segurança Pública quanto a Polícia Civil disseram que acompanham o desenrolar das investigações.
O investigador Rodrigo Barros de Camargo, o Rato, do 6.º Distrito Policial de Santo André, na Grande São Paulo, teve a prisão decretada pelo suposto recebimento de propina para ‘evitar ou interromper investigações relacionadas às rifas ilegais promovidas por artistas da Love Funk’. Ele foi o alvo principal da Operação Latus Actio II.
Corrupção e Suborno no Coração da Força-Integrada
A nova ofensiva apura a ligação de artistas e empresários de funkeiros com a lavagem de dinheiro do PCC, sonegação de impostos, loterias ilegais e ocultação de patrimônio via compra de carros de luxo, fazendas, adegas e barras de ouro. De acordo com a Promotoria, Rato seria a peça central da ‘rede criminosa que demonstrou estrutura organizada, com divisão de tarefas, uso de empresas para movimentação de recursos e articulação entre empresários, artistas e agentes públicos, evidenciando a prática de corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e exploração de jogos de azar’.
Ele foi preso ontem. Quatro promotores subscrevem manifestação do Ministério Público apoiando os pedidos da PF na Operação Latus Actio II – Juliano Carvalho Atoji, Carlos Bruno Gaya da Costa, Fábio Ramazzini Bechara e Eduardo A. Velloso Roos Neto. Eles são integrantes do Gaeco, o Grupo de Combate ao Crime Organizado. O documento aponta indícios de envolvimento de outro policial, Adriano Fernandes Bezerra, o Espanhol, parceiro de Rato no 6.º DP de Santo André.
A Combate-Crime contra a Corrupção
Segundo os promotores, os dois policiais foram mencionados em mensagens de WhatsApp como ‘articuladores da corrupção passiva para proteger os envolvidos nos crimes de contravenção penal e lavagem de dinheiro’. O delegado Alexandre Custódio Neto, diretor da FICCO, obteve ainda na Justiça o afastamento da função pública de Rato e dos outros dois policiais investigados: Espanhol e o delegado Gilmar Camargo Bessa, que os chefiava.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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