Valor supera PIB em cidades como Gramado, Mairiporã e Paraty. Apreensões de drogas diminuíram, segundo dados da PF.
Durante o período de janeiro a novembro deste ano, a Polícia Federal realizou apreensões no valor de R$ 2,07 bilhões em bens e valores pertencentes a grupos criminosos ligados ao tráfico. Esse número representa um recorde na série histórica que teve início em 2014.
Além do dinheiro encontrado nas operações de busca, também foram sequestrados e bloqueados pela Justiça diversos bens, como imóveis e carros, pertencentes aos envolvidos com o tráfico de drogas. Essas ações demonstram o comprometimento das autoridades na repressão ao **tráfico** e suas ramificações.
Os dados foram divulgados pela Coordenação-Geral de Repressão a **Drogas**, Armas, Crimes contra o Patrimônio e Facções Criminosas (CGPRE) da PF.
Tráfico de drogas supera R$ 2 bilhões em apreensões
Comparando com 2022, quando foram retirados R$ 635,8 milhões em bens e valores do tráfico, o total apreendido hoje é 226% maior (veja no gráfico abaixo).
O total de R$ 2,07 bilhões apreendido este ano supera o Produto Interno Bruto (PIB) de diversos municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes, como Gramado (RS) (R$ 2,02 bilhões), Mairiporã (SP) (R$ 1,9 bilhão) e Paraty (RJ) (R$ 1,7 bilhão), conforme dados de 2020 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
R$ 900 mi em uma única operação
Somente na operação Downfall, realizada pelos policiais federais do Paraná em maio deste ano, foram apreendidos mais de R$ 900 milhões, boa parte em imóveis e obras usados por traficantes internacionais para lavar dinheiro.
Em Maio deste ano, na ocasião, a PF cumpriu 30 mandados de prisão e 87 de busca e apreensão no Paraná e em outros sete estados. Essa operação é considerada a maior do ano contra o tráfico de drogas.
A PF fez operação para cumprir 13 mandados de prisão temporária e 18 de busca e apreensão contra traficantes que atuam no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
Apreensões de cocaína e maconha
Em comparação com os anos anteriores, as apreensões de cocaína e maconha diminuíram, enquanto as apreensões de bens e valores do tráfico cresceram (veja no gráfico abaixo).
Foco no dinheiro
O delegado Júlio Danilo Souza Ferreira, chefe da CGPRE, explicou ao g1 que a Polícia Federal tem se dedicado mais recentemente à retirada do dinheiro e de bens das organizações criminosas do que à apreensão de drogas.
A apreensão da droga, que já foi prioridade no passado, hoje é vista como um complemento de uma investigação em curso acerca do tráfico de drogas. Segundo o delegado, ela é apenas uma parte do trabalho. É uma maturidade institucional que vem fortalecendo a questão da descapitalização e da prisão de lideranças.
Recorde de armas apreendidas
De janeiro a novembro de 2023, a PF também registrou recorde de apreensão de armas de fogo: 4.244 unidades, mais que o dobro do ano passado (veja gráfico abaixo).
Na última terça (5), a Polícia Federal realizou uma de suas maiores operações contra o tráfico de armas, envolvendo um grupo suspeito de vender cerca de 43 mil armas para as principais facções brasileiras do Rio e de São Paulo.
Fonte: G1 – Notícias
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