Vereador convocado para depor hoje, mas pode depor em até 3 dias, por ser investigado por envolvimento em organização criminosa.
Hoje, a Polícia Federal deve chamar o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) para prestar depoimento sobre o uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionagem ilegal.
O vereador, investigado por envolvimento em organização criminosa, tem o direito de depor em até 3 dias, mas deve ser convidado ainda nesta segunda-feira.
Carlos Bolsonaro é filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e foi alvo de uma nova fase da investigação da PF no caso da ‘Abin paralela’.
Suspeitas de envolvimento de assessores de Carlos Bolsonaro
A Polícia Federal está investigando suspeitas de que assessores de Carlos Bolsonaro, que também são alvo da operação, pediam informações para o ex-diretor da Abin e hoje deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro Alexandre Ramagem. Ramagem é próximo da família Bolsonaro.
Foram autorizadas buscas na residência de Carlos Bolsonaro e na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Também há mandados cumpridos em Angra dos Reis, onde os Bolsonaro têm uma casa, Brasília, Formosa (GO) e Salvador.
Carlos Bolsonaro estava andando de lancha no momento em que a PF chegou a sua residência em Angra dos Reis. Ele só apareceu no local por volta das 11h.
O filho de Jair Bolsonaro não se pronunciou sobre a operação até a última atualização desta reportagem.
Carlos Bolsonaro e sua ligação com o ‘gabinete do ódio’
Carlos Bolsonaro é vereador desde 2001 e está em seu sexto mandato consecutivo na Câmara Municipal do Rio, mas teve papel central nas campanhas de Jair Bolsonaro à Presidência da República. Durante o mandato do pai, Carlos atuava como chefe do chamado gabinete do ódio, uma estrutura paralela montada no Palácio do Planalto para atacar adversários e instituições – como o sistema eleitoral brasileiro. Segundo o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o grupo tinha ‘relação de subordinação’ com Carlos, que ‘ditava’ o que deveria ser produzido.
Abin e a operação criminosa
A operação desta segunda (29) é uma continuidade da ocorrida na quinta-feira (25), quando Alexandre Ramagem, ex-diretor da Polícia Federal, foi alvo de buscas. Na ocasião, foram apreendidos com eles 6 celulares e 2 notebooks – inclusive um pertencente à PF.
Os mandados foram expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moares. Segundo a decisão, Ramagem usou o órgão para fazer espionagem ilegal a favor da família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Entre os alvos estavam autoridades e desafetos, como o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia –nesta segunda (29), o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse ao blog que iria pedir ao STF a lista de parlamentares que foram monitorados pela PF – e uma promotora do Ministério Público do Rio de Janeiro que investigava milícias (inclusive Adriano da Nóbrega e homenageado por Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente) e as mortes de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O monitoramento também teve como objetivo, segundo a decisão de Moares, favorecer Jair Renan e Flávio em investigações das quais eram alvos. Em entrevista, Flávio negou qualquer favorecimento.
Fonte: G1 – Política
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