PF investigará fuga em Mossoró, declarou diretor-geral em entrevista. Recapturados serão analisados como parte do inquérito procedimental. Irregularidades em monitoramento estão sob análise.
Durante uma entrevista à GloboNews, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou que a corporação está investigando minuciosamente as circunstâncias que levaram à fuga de dois detentos da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, em fevereiro.
Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento, identificados como os fugitivos, foram finalmente recapturados em Marabá, no Pará, na quinta-feira (4), e foram levados de volta a Mossoró na madrugada desta sexta-feira.
Mesmo com a recaptura dos fugitivos, o diretor-geral enfatizou que a investigação sobre a fuga continua para esclarecer todo o contexto que permitiu a fuga dos detentos.
Operação de recaptura dos fugitivos
Rogério e Deibson, os fugitivos da prisão, acabaram sendo recapturados após uma operação da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na tarde desta quinta-feira (4). As buscas intensas duraram 50 dias antes que a recaptura pudesse ser concretizada.
A distância da fuga foi significativa, já que os fugitivos foram localizados a mais de 1.600 km longe de Mossoró. Após serem recapturados, ambos foram encaminhados para a delegacia local onde prestaram depoimento à PF – e optaram por permanecer em silêncio durante todo o processo. Posteriormente, por volta das 21h30, seguiram até o aeroporto da cidade, onde uma aeronave da PF os aguardava para levá-los de volta a Mossoró. O voo decolou às 22h de quinta-feira, chegando ao seu destino às 1h30 desta sexta-feira.
Após desembarcarem, os fugitivos foram encaminhados ao Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep) para realizarem exames de corpo de delito, um procedimento comum em casos como este.
Investigação da fuga e recaptura
O inquérito em curso apura todas as circunstâncias que envolvem a fuga dos presos. Ele busca detalhes sobre a fuga em si, bem como os motivos que permitiram que os fugitivos deixassem o presídio. De acordo com o responsável pela investigação, Andrei Rodrigues, a apuração está sendo conduzida em duas frentes diferentes: a primeira, de cunho administrativo, é realizada pela direção do sistema penitenciário; a segunda, de caráter criminal, está nas mãos da PF.
A PF é responsável pela investigação de crimes, como é o caso da fuga e, eventualmente, da facilitação desta. O inquérito normatiza a necessidade de laudos periciais para averiguação de irregularidades e análise de falhas operacionais. Não se pode descartar qualquer elemento nesse processo de investigação, afinal, é preciso apurar se houve facilitação dos agentes públicos ou até mesmo envolvimento com facções criminosas.
O responsável pela investigação enfatiza que as apurações já apontam uma série de irregularidades, e que agora é preciso analisar se são apenas falhas operacionais ou se há elementos adicionais que possam implicar outras pessoas – tudo isso é parte do inquérito em andamento.
Procedimentos legais após a recaptura
Após serem recapturados, Rogério e Deibson foram encaminhados para celas separadas e submetidos a constante monitoramento conforme exigido pelo Ministério da Justiça. Agora, após a operação de recaptura, aguarda-se a continuidade do procedimento legal, com a expectativa de que a justiça seja feita e as devidas punições sejam aplicadas.
Fonte: G1 – Política
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