Investigação concluída hoje indicou que Amanda usou veneno comprado na internet para matar duas pessoas.
A advogada Amanda Partata, 31, é suspeita de ter utilizado veneno para envenenar o ex-sogro e a mãe dele no último dia 17, conforme apontou a Polícia Civil de Goiás. Foi descoberto que ela fingia estar grávida para se manter próxima da família do ex-namorado, revelou a investigação concluída nesta sexta-feira (29).
Ainda de acordo com a investigação, Amanda teria adquirido uma substância tóxica na internet para matar Leonardo Pereira Alves, 58, e Luzia Tereza Alves, 86. A suspeita é de que ela tenha usado uma substância letal para cometer o crime, que chocou a cidade.
Advogada presa por envolvimento em envenenamento de ex-sogra e ex-sogro
De acordo com a polícia, a substância tóxica, que permanece sem ser identificada, foi colocada em bolos no pote consumidos pelas vítimas no café da manhã em Goiânia.
‘Temos a prova de que a Amanda comprou o veneno. Sabemos o site em que ela comprou a substância tóxica, qual foi o veneno, porque isso está na nota fiscal. É o mesmo veneno encontrado no corpo das vítimas e nos alimentos servidos para as vítimas’, afirmou o delegado responsável pela investigação, Carlos Alfama, em entrevista nesta sexta.
Amanda foi presa no último dia 20. A reportagem tentou contato com a defesa da advogada por meio de mensagem e ligações telefônicas neste sábado (30), mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. No início da investigação, a defesa havia dito que só se pronunciaria sobre o caso após a audiência de custódia.
A apuração policial associou o crime ao fim do relacionamento de Amanda com o filho de Leonardo, ocorrido em julho. Desde então, diz a polícia, a advogada vinha fazendo ameaças a ele e seus familiares por meio de perfis falsos em redes sociais e ligações telefônicas.
De acordo com a investigação, Amanda estava forjando uma gravidez como forma de se manter próxima dos parentes do ex-companheiro. A advogada, afirma a polícia, chegou a enviar um exame falso de gravidez para ele neste mês e até organizou um chá revelação para a suposta filha.
A chegada de Amanda em Goiânia e a recepção de uma encomenda misteriosa
Amanda vivia em Itumbiara (a 208 km de Goiânia). Segundo a Polícia Civil, ela havia chegado no dia 14 à capital goiana, onde ficou hospedada em um hotel.
Com base em filmagens de sistema de câmeras, a investigação indicou que a advogada recebeu uma encomenda em uma caixa de papelão no dia 16. Era nessa caixa em que estava o veneno, segundo a polícia.
A encomenda, disse o delegado Carlos Alfama, foi levada de Itumbiara a Goiânia por um motorista cadastrado em um aplicativo de transporte, que entrou em contato com a Polícia Civil após a repercussão do caso.
‘Na quebra do sigilo fiscal, chegamos até uma nota fiscal que esclareceu qual foi o veneno que Amanda utilizou para matar Leonardo e dona Luzia’, declarou o delegado. ‘Essa nota fiscal foi de uma compra pela internet, no nome e no CPF da Amanda. O endereço de entrega foi o endereço da Amanda, em Itumbiara.’
Compra de produtos e preparação do café da manhã envenenado
De acordo com a investigação, por volta de 7h45 do dia 17, a advogada saiu do hotel e foi até um mercado de Goiânia. No estabelecimento, comprou produtos como pães de queijo, suco e bolos no pote, diz a polícia.
Depois, retornou com as mercadorias para o hotel, trocou de roupa e saiu com os alimentos para o café da manhã na casa das vítimas, conforme a investigação.
‘Não há dúvidas de que ela ministrou o veneno. O que não se sabe é, unicamente, se foi no hotel ou na casa das vítimas. O veneno foi encontrado em dois bolos no pote e nos cadáveres das vítimas’, disse o delegado.
A Polícia Civil ainda afirmou nesta sexta que a advogada é suspeita de cometer outros crimes em períodos anteriores, segundo registros de estados como Goiás e Rio de Janeiro.
‘Ela tem um registro criminal em Goiás, mas, como envolve crime sexual, com menores, crianças de 10 a 16 anos, os detalhes vão ser mantidos em sigilo. É um registro criminal em Itumbiara’, afirmou o delegado.
A Polícia Civil ainda citou casos de estelionato e falsidade ideológica. ‘No Rio de Janeiro, ela possui registros, mais de um, por fraude, estelionato, venda de ingressos falsos. Ela vendia o ingresso, recebia o dinheiro e não entregava o ingresso da festa, nem devolvia o dinheiro. Fez isso diversas vezes’, disse Alfama.
Segundo o delegado, outra ocorrência associada à advogada envolveu um ex-namorado no Rio de Janeiro que também relatou que ela teria usado uma gravidez como argumento para reatar o relacionamento.
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Fonte: © R7 Rádio e Televisão Record S.A
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