Planalto orienta aliados a votar pela manutenção da prisão de Brazão, presidente Lira vê interferência.
A decisão do governo de influenciar aliados a votar a favor da continuidade da prisão do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) causou desconforto na liderança da Casa. O presidente Arthur Lira (PP-AL) viu a ação como uma forma de intervenção.
Brazão é um dos suspeitos de ordenar a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e foi detido em uma operação da Polícia Federal (PF) juntamente com seu irmão, Domingo Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio.
Conforme informações da Polícia Civil, a morte de Marielle foi planejada pelos irmãos e tramada pelo ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa. A disputa pela regularização de áreas controladas por milícias seria o motivo.
Nova análise sobre a manutenção da prisão de Chiquinho Brazão
Segundo as leis vigentes, a detenção de Chiquinho Brazão foi submetida à análise da Câmara. No entanto, na última quarta-feira (10), por uma maioria de 277 votos a favor (20 a mais que o necessário), os deputados optaram por manter o colega na prisão.
Relatos de aliados do presidente Arthur Lira e membros do governo apontam que ele ficou incomodado com a interferência do ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que anunciou que o governo iria orientar seus aliados a votarem a favor da manutenção da prisão durante a votação em plenário.
De acordo com esses informantes, o presidente da Câmara afirmou que o assunto não cabia ao Palácio do Planalto, mas sim aos deputados.
Outro ponto que causou desagrado em Lira foram as chamadas de membros do governo para os parlamentares durante a votação sobre a prisão do parlamentar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Acordo prévio sem cumprimento no plenário
Antes da votação em plenário, Lira se reuniu com líderes da Câmara para estabelecer um acordo sobre os procedimentos da sessão.
Foi acordado que não haveria debate, tempo de fala para líderes, encaminhamentos, e que o governo não teria influência direta na votação.
‘Lira determinou que nem a maioria, nem a minoria, nem a oposição e nem o governo teriam poder de influência’, afirmou o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), ao g1.
No entanto, isso acabou sendo o oposto do que foi feito por Padilha.
Fonte: G1 – Política
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