Vice-PGR aponta participação de investigados em esquema de desvio de recursos públicos.
Recentemente, a Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu no Supremo Tribunal Federal (STF) a quebra dos sigilos bancário e fiscal do deputado André Janones (Avante-MG). A medida faz parte das investigações sobre a prática conhecida como rachadinha.
A PF pediu ao Supremo o afastamento dos sigilos para aprofundar as investigações sobre um possível esquema de corrupção no gabinete do parlamentar. Em manifestação enviada nesta quarta, o vice-procurador-geral da República, Hindenburgo Chateaubriand, concordou com a medida. ‘No caso, como os elementos de informação já reunidos apontam concretamente para a participação dos investigados no esquema de desvio de recursos públicos e recepção de vantagem indevida, não há dúvida quanto à necessidade do afastamento dos respectivos sigilos bancário e fiscal’, escreveu.
A PGR concorda com as quebras de sigilos e concede mais prazo para as investigações
A Procuradoria-Geral da República (PGR) concordou com as quebras de sigilos de assessores e ex-assessores, além de ter concedido mais prazo para a conclusão do inquérito.
Em uma mensagem de áudio divulgada na mídia, o parlamentar orientou seus assessores a devolver parte do salário como forma de abatimento de um prejuízo na campanha eleitoral de 2016.
Inquérito aberto em dezembro a pedido do STF e da PGR
Em dezembro, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, acatou o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e instaurou um inquérito para investigar a suposta prática de ‘rachadinha’.
Segundo a Polícia Federal, ‘as diligências realizadas até o momento apontam para a existência de um esquema de desvio de recursos públicos no gabinete do deputado André Janones’.
Assista ao vídeo abaixo, de 2023, para mais detalhes sobre as investigações:
A PF também afirmou que há inconsistências nos depoimentos prestados por servidores do parlamentar, e que ‘a análise conjunta das declarações obtidas nas oitivas com o conteúdo dos áudios (e com as diligências empreendidas) revela uma série de inconsistências e contradições’.
‘Embora os assessores neguem participação no esquema de ‘rachadinha’, as disparidades em seus depoimentos destacam a necessidade de aprofundar as investigações. É essencial considerar que todos os assessores investigados ainda possuem laços com o Deputado Federal André Janones, seja para sua sustentação política ou financeira’, declarou a PF.
Os investigadores ressaltam que para ‘investigar adequadamente esse tipo de conduta, é necessário rastrear o fluxo financeiro e analisar o patrimônio dos suspeitos. Nesse contexto, o afastamento do sigilo bancário e fiscal se torna crucial, pois permite um exame minucioso das transações financeiras e dos bens que possam ter ligações com as práticas ilícitas em questão’.
Entre as disparidades, a PF destaca o depoimento de Alisson Alves, um dos servidores que aparecem nas gravações indicando a ‘rachadinha’.
Alisson afirmou à polícia que nunca devolveu parte do salário e que mentiu nas gravações para evitar que o colega pedisse dinheiro emprestado. Chama atenção da PF que, apesar da negativa, ele admitiu que sacava todo mês R$ 4 mil em espécie com frequência.
A PF atesta que esse valor correspondia à quantia que ele supostamente devolvia ao deputado federal André Janones.
Fonte: G1 – Política
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