Nomes do entorno da família Bolsonaro atribuem ao clima de conspiração criado por Carlos Bolsonaro junto ao pai.
As investigações pela PF e a divulgação de nomes e números monitorados pelo esquema de espionagem têm causado grande preocupação no círculo próximo da família Bolsonaro. O motivo para o pânico é o receio de que se torne público que não apenas opositores do governo Bolsonaro estavam sendo monitorados, mas também aliados e amigos ligados ao presidente.
Segundo apuração do blog, a PF está analisando uma lista com aproximadamente 1,5 mil monitoramentos ilegais. Fontes da Abin mencionam um número ainda maior: 1,8 mil. O diretor geral da PF, Andrei Passos, revelou em uma entrevista ao Estudio i na GloboNews, em 4 de janeiro, que o órgão estava lidando com cerca de 30 mil pessoas – mas a dúvida que permanece é se eram pessoas diferentes ou monitoramentos separados. Ou seja, é possível que uma mesma pessoa tenha sido monitorada mais de uma vez.
Aliados de Bolsonaro temem ser alvos de monitoramentos ilegais
Nos bastidores, aliados de Bolsonaro expressam preocupações de que possam estar entre os nomes monitorados ilegalmente. A avaliação é atribuída ao clima de conspiração alimentado por Carlos Bolsonaro ao longo do mandato de seu pai.
Um aliado de Bolsonaro ressaltou que o presidente duvidava de todos e de tudo, começando pelo seu vice, Hamilton Mourão.
Para ilustrar a desconfiança do presidente, um episódio de 2020 foi resgatado, no qual Hamilton Mourão ofereceu seu cargo a Bolsonaro.
Cansado das acusações de conspiração, Mourão afirmou sua lealdade ao presidente e se colocou à disposição para sair do cargo, mas enfatizou a importância de sua presença para evitar um impeachment.
Mesmo assim, o clima de desconfiança persistiu até o final do mandato.
Aliados de Bolsonaro acreditam que as ‘paranoias’ alimentadas por Carlos Bolsonaro, de que o presidente só podia confiar em sua família, contribuíram para esse clima de desconfiança generalizada.
Computador de Carlos e general Heleno na mira da PF
Uma das preocupações do clã Bolsonaro, que coincide com a expectativa da PF, é a análise de um computador apreendido no gabinete de Carlos Bolsonaro.
Conforme revelado pelo blog, estratégias estão sendo traçadas para minimizar o impacto das descobertas, incluindo a alegação de que qualquer informação levantada foi feita sem consentimento do vereador.
Além disso, a possível existência de uma Abin paralela, se confirmada, teria sido com aval do general Heleno, que, por sua vez, foi intimado a depor pela PF.
Fonte: G1 – Política
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