Ministro da Fazenda defende decisões estratégicas da Petrobras em entrevista ao Estúdio i, da GloboNews. Haddad concorda com manutenção de Jean Paul Prates na chefia da companhia.
De acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a Petrobras informou que a distribuição de dividendos não afetaria os investimentos da estatal. Assim, a área econômica do governo está tranquila quanto a essa questão.
Em março, a Petrobras optou por reter os R$ 49,3 bilhões em dividendos extraordinários, que seriam repassados aos acionistas. Essa decisão foi vista pelo mercado como um sinal de menor rentabilidade da estatal, o que pode afetar a percepção dos investidores sobre a empresa.
Dividendos e Retenção de Verba
Os dividendos são uma parte do lucro gerado pela empresa que é distribuída entre os acionistas como forma de retorno pelo investimento. Essas parcelas podem ser classificadas como ordinárias, que representam o pagamento mínimo estabelecido, ou extraordinárias, que são valores além do mínimo, seguindo as regras definidas pela Petrobras.
Recentemente, a estatal anunciou o pagamento dos dividendos mínimos, mas também reteve os dividendos extraordinários, justificando que o montante retido seria utilizado para ajudar a empresa a aumentar sua capacidade de financiar os investimentos necessários para o crescimento sustentável.
Decisão de Retenção de Dividendos e Investimentos
A explicação fornecida pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, é de que o montante retido seria destinado a um caixa de contingência, mas não poderia ser revertido para investimentos, conforme sua declaração oficial.
‘Entendíamos à época [da decisão sobre distribuição de dividendos], e continuamos entendendo, que não há problemas para investimentos [da Petrobras]’, afirmou o ministro Silveira ao participar do programa Estúdio i, da GloboNews.
A retenção dos dividendos extraordinários tem gerado discussões na esfera política e empresarial, abrindo espaço para debates sobre a capacidade da Petrobras manter a paridade internacional de preços e garantir a previsibilidade e segurança para os acionistas. Há críticas à política de preços da estatal sob os governos anteriores, atrelada à paridade internacional dos preços dos combustíveis, que segundo as opiniões, gerava previsibilidade e segurança.
No entanto, uma mudança na política de preços da Petrobras, que foi promovida em maio de 2023, levantou dúvidas sobre os critérios de preços adotados pela estatal, causando uma menor previsibilidade sobre suas ações e impactando a rentabilidade dos acionistas.
Gestão da Petrobras e Decisões Estratégicas
O padrão de governança da companhia vem sendo questionado, especialmente após a Justiça Federal em São Paulo afastar dois representantes da União do Conselho de Administração, Sergio Rezende e o presidente do Conselho, Pietro Mendes. Com a perda da maioria no Conselho, o governo enfrenta desafios para influenciar as decisões estratégicas da Petrobras, que possam impactar seus programas de investimentos.
A questão da paridade internacional, a previsibilidade dos preços dos combustíveis e o padrão de governança são fatores críticos para assegurar o crescimento sustentável e a segurança dos acionistas. A previsibilidade e segurança dos investimentos na Petrobras são fundamentais para sua trajetória de crescimento e relevância no mercado.
Fonte: G1 – Política
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