Conselho Petrobras pode aprovar dividendos extras de R$ 43,9 bi. A guerra com o governo turvou decisão. Novo enfraquece bloqueios orçamentários.
Em meio a um cenário de incertezas, a Petrobras pode estar próxima de autorizar a distribuição de dividendos extraordinários, o que tem gerado tensões entre a empresa e uma ala do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A expectativa é que o conselho da Petrobras decida pela distribuição de metade dos R$ 43,9 bilhões, seguindo a proposta inicial da diretoria liderada por Jean Paul Prates. No entanto, a dúvida persiste sobre a possibilidade de o governo obter uma decisão favorável na próxima semana, quando estava agendada uma reunião do colegiado para autorizar a distribuição de dividendos extraordinários.
Novas Reviravoltas na Petrobras
Depois de intensas turbulências, a Petrobras está passando por uma série de mudanças em seu comando. A distribuição de dividendos extraordinários tem sido motivo de guerra entre a empresa petrolífera e uma ala do governo, em meio a divergências sobre a decisão de autorizar a distribuição de R$ 43,9 bilhões.
Afael nas Altas Esferas
Em meio a esse cenário, a decisão de distribuir os dividendos extras provocou uma disputa entre o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e o presidente do Conselho de Administração da estatal, Pietro Mendes. Este último, que foi afastado pela Justiça Federal de São Paulo, foi indicado para o posto pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Prates, por sua vez, tem visto sua permanência no cargo ameaçada, mas até o momento continua à frente da estatal.
Situação Tensa
O ministro da Fazenda argumenta que a medida é importante, já que o governo fica com 37% do valor da distribuição. Ele afirma que o dinheiro pode ajudar o governo a perseguir sua meta de déficit zero e a evitar mais bloqueios de verbas do Orçamento, preservando principalmente recursos destinados para programas sociais.
Conflitos de Interesse
A situação se agravou com o afastamento de Pietro Mendes, após uma ação impetrada pelo deputado estadual de São Paulo, Leonardo Lima. O deputado alegou conflito de interesse de Mendes, que comandava o conselho da Petrobras e ao mesmo tempo atuava como secretário de Petróleo e Gás. A União pretende recorrer da decisão da Justiça Federal, mas a disputa interna continua acirrada.
Enquanto isso, o presidente Lula se vê obrigado a lidar com as consequências dessa guerra política, demonstrando irritação com Jean Paul Prates, mas também insatisfação com os ataques feitos pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira – que, por sua vez, acabou recuando nas críticas ao presidente da estatal. A instabilidade na Petrobras parece longe de chegar ao fim.
Fonte: G1 – Política
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