Ministro israelense condiciona retirada do termo a desculpas de Lula. Suspensão de repasses a Agência da ONU pelo Brasil.
Israel declarou que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é considerado uma ‘persona non grata’ após suas declarações comparando ações de Israel na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus na Segunda Guerra. O termo, que significa alguém que não é bem-vindo, é utilizado como um instrumento jurídico nas relações internacionais para indicar que um representante oficial estrangeiro não é mais aceito no país ou em determinada região.
Essa designação tem base legal e está descrita no artigo 9 da Convenção de Viena sobre relações diplomáticas. Sob esses termos, o indivíduo marcado como ‘persona non grata’ é obrigado a deixar o país hospedeiro, e se recusar a sair, poderá ser expulso. A expressão reforça a ideia de que a pessoa não é bem-vinda e não é mais desejada naquele ambiente político ou social.
Por que a atuação de Lula gerou tanta polêmica e o tornou uma persona non grata em Israel?
No final da semana, Lula fez duras críticas à ação de Israel na Faixa de Gaza em resposta aos ataques terroristas do Hamas em outubro. Classificou a resposta como ‘genocídio‘ e ‘chacina‘ e foi mais longe, comparando a ação israelense ao extermínio de milhões de judeus pelos nazistas durante o Holocausto.
‘O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus’, afirmou Lula.
Tal declaração gerou controvérsias e causou revolta no governo de Israel e em representantes oficiais estrangeiros, que consideraram a fala um ‘grave ataque antissemita que profana a memória daqueles que morreram no Holocausto’.
Como as acusações contra a Agência da ONU para os Refugiados Palestinos impactou a UNRWA?
A Agência das Nações Unidas de assistência aos palestinos (UNRWA) ficou sob intensa pressão após acusações de envolvimento no ataque do Hamas em Israel. O governo israelense alegou que a agência foi comprometida por contratar terroristas, permitir atividades militares do Hamas e usar o grupo para distribuição de ajuda na Faixa de Gaza.
A agência, por sua vez, demitiu os funcionários envolvidos e comprometeu-se a fazer uma investigação. De acordo com o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, um relatório preliminar da equipe de auditoria será apresentado até o final de março, seguido de um relatório definitivo até o final de abril, que será público.
No entanto, a polêmica resultou na suspensão temporária das doações por dez países financiadores da agência, o que pode impactar a distribuição dos serviços de cuidados primários de saúde na região. A UNRWA, que oferece serviços educacionais e humanitários, está enfrentando uma crise com a ausência de financiamento para manter suas operações.
Fonte: G1 – Política
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