Corregedoria solicita prisão de Luan Felipe Alves Pereira, policial militar de São Paulo, envolvido em Ronda Ostensiva com Motocicletas, que investiga Letalidade.
A perseguição da justiça na corporação policial pode se tornar um ciclo vicioso.
A perseguição também pode ser motivada por questões de crime e homicídio. Neste caso, o soldado Luan Felipe Alves Pereira, que teve o pedido de prisão solicitado pela Corregedoria por ter atirado um homem de uma ponte na zona sul de São Paulo, enfrenta desafios em sua carreira, que já tem oito anos de corporação. Ele já respondeu anteriormente ao menos a dois Inquéritos Policias Militares (IPM). O caso de suspeito de um homicídio pode ser um exemplo de como a perseguição pode afetar a motivação de um motorista ou de um motorista de motocicleta ao cometer crime.
Perseguição Desenfreada
Ele é um dos elementos-chave envolvidos em uma crise de segurança que ganhou contornos alarmantes sob o comando do gestor Tarcísio de Freitas (Republicanos). Um vídeo revelador mostra o momento em que Pereira arremessa um homem de 25 anos da ponte, após o término de uma perseguição frenética envolvendo motos. Segundo relatos de policiais ouvidos pela reportagem, todos os agentes policiais envolvidos foram colocados à disposição da Corregedoria, mas apenas Pereira prestou depoimento. Em sua versão, ele teria tentado realizar uma revista pessoal no suspeito e, em seguida, se desequilibrado. O restante dos PMs afastados permaneceu em silêncio. A Corregedoria solicitou apenas a prisão de Pereira, considerando que ele tomou sozinho a decisão de lançar o homem da ponte. Esse pedido de prisão preventiva ocorreu após pressão do governador, visando estancar a crise de segurança. Em entrevista, na manhã desta quarta-feira (4), o advogado de Pereira confirmou que o cliente é apontado como o suspeito de atirar o rapaz da ponte. O defensor disse que conversaria com o cliente no meio da tarde, com o objetivo de fornecer um posicionamento oficial, mas essa entrevista não ocorreu. Os agentes de segurança envolvidos na perseguição pertenciam à Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas) do 24° Batalhão de Polícia Militar, com sede em Diadema, na Grande São Paulo. As imagens, que teriam sido capturadas na noite de domingo ou na madrugada de segunda, mostram quatro policiais na ponte da qual o homem é lançado. Pereira tem, pelo menos, dois inquéritos em seu historial, quando o policial é submetido a investigação interna devido à suspeita de ter cometido um crime. Um dos casos ocorreu em 2019 e outro em 2020, conforme publicações oficiais, ambos quando ele estava em uma unidade da zona sul da capital. A reportagem solicitou à PM informações sobre esses casos, se houve pedido de demissão ao final das investigações, mas a corporação não respondeu até a publicação deste texto. O Tribunal de Justiça Militar de São Paulo informou que o PM foi indiciado em um inquérito relacionado ao homicídio de Maycon Douglas Valério. O processo chegou ao tribunal em março do ano passado e foi remetido para a Justiça comum (Comarca de Diadema) no mês de junho. Conforme informações do processo, ele teria efetuado 12 disparos contra um motoqueiro que, após tentativa de fuga, acabou caindo e fugindo a pé. Pereira seguiu o suspeito a pé, e, ao alcançá-lo, ocorreu um confronto, na versão do PM. No ano atual, o Ministério Público entendeu que o policial agiu em legítima defesa e solicitou o arquivamento do processo, que foi aceito pela Justiça, conforme antecipou o colunista Josmar Jozino, do UOL. As informações foram confirmadas pela Folha de S.Paulo.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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