Nos últimos meses, a circulação de outros vírus respiratórios foi alterada devido ao Sars-CoV-2, que se tornou mais transmissível e gerou subvariantes.
STEFHANIE PIOVEZAN
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
Em 2023, estamos enfrentando os desafios e impactos da pandemia de coronavírus. A Covid-19 trouxe mudanças significativas em nossas vidas e, mesmo não estando mais em estado de Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional, ainda se mantém como uma ameaça global.
A pandemia de coronavírus continua a afetar a saúde da população mundial, apesar de já não estarmos mais na situação trágica dos primeiros anos. O Sars-CoV-2 ainda circula e provoca mortes, sendo uma doença que continua a ter impacto significativo. De acordo com Alexandre Naime Barbosa, professor de medicina na Unesp e vice-presidente da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), a Covid-19 permanece sendo uma preocupação para a comunidade global.
A Evolução da Pandemia de Coronavírus
Nos últimos meses, o Sars-CoV-2 alterou a circulação de outros vírus respiratórios -o que provocou surtos fora de época e pressionou hospitais-, desencadeou novos problemas de saúde em milhões de pessoas e desafiou governos, famílias e cientistas.
No Brasil, tomamos consciência de que informações sobre a pandemia foram escondidas da população e registramos a triste marca de 700 mil óbitos pela doença, um luto que continua reverberando na vida de pais e filhos das vítimas.
As perdas, noticiadas pelo agora extinto consórcio de veículos de imprensa, seriam ainda maiores sem as vacinas. Os imunizantes vêm sendo atualizados conforme o surgimento de novas linhagens do vírus, algo possível graças à pesquisa dos ganhadores do Nobel de Medicina deste ano.
A Emergência das Subvariantes na Pandemia de Coronavírus
A identificação de uma nova subvariante do coronavírus em janeiro assustou a OMS. Chamada de XBB.1.5, ela foi considerada pela entidade como a mais transmissível até aquele momento e levou a um aumento de casos nos Estados Unidos.
No Brasil, porém, o crescimento foi associado à subvariante XBB.1.16, de perfil semelhante ao da XBB.1.5 e também descendente da XBB, uma linhagem da variante ômicron. O primeiro caso em São Paulo foi confirmado no início de maio e logo os médicos perceberam um sintoma diferente dos observados nas cepas anteriores: conjuntivite.
Outras linhagens descendentes da ômicron foram identificadas nos meses seguintes, reforçando a importância do reforço da vacina contra a doença.
O Impacto da Vacinação na Pandemia de Coronavírus
O ano começou com o anúncio da imunização de todas as crianças de 6 meses a menos de 3 anos de idade com as doses da Pfizer baby, indicada para o público mais jovem.
Em seguida, as secretarias de Saúde ampliaram a vacinação bivalente contra Covid para todos os públicos prioritários e, em abril, o governo liberou o reforço com a dose atualizada para todos acima de 18 anos.
A possibilidade de tomar a vacina atualizada para a variante ômicron levou a população aos postos de saúde, mas em pouco tempo a procura diminuiu. Em junho, apenas 13% dos adultos haviam recebido o reforço com a bivalente. Seis meses depois, eram somente 17%.
A Complexidade da Covid Longa na Pandemia de Coronavírus
Neste ano, também tomamos consciência de um pouco melhor das condições pós-Covid (Covid longa). Estudos apresentados na Unicamp mostraram que mesmo as infecções mais leves pelo SARS-CoV-2 são capazes de causar alterações estruturais e funcionais no cérebro que podem desencadear manifestações neuropsiquiátricas, como ansiedade, depressão, fadiga e sonolência.
Os impactos na função cerebral podem persistir por anos após a infecção. Além disso, pesquisadores descobriram que pessoas com pressão alta que tiveram Covid podem ter lesões no músculo cardíaco causadas pelo vírus e que este pode disparar anticorpos ligados a doenças autoimunes. Outros estudos apontaram ainda que a Covid longa pode estar associada a anomalias nos pulmões e nos rins.
A vacinação, além de reduzir hospitalizações e óbitos, também diminui os riscos das condições pós-Covid, destacando a importância constante do reforço da vacina contra o coronavírus.
Fonte: © R7 Rádio e Televisão Record S.A
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