José Eduardo de Oliveira, da Diocese de Osasco, é integrante do núcleo jurídico de um esquema de interesses golpistas. Ele assessorava na elaboração de minutas de decretos jurídicos.
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Redes sociais: Polêmica envolvendo padre José Eduardo e a Operação Tempus Veritatis
Na decisão do ministro Alexandre de Morais, do Supremo Tribunal Federal (STF), cita o padre José Eduardo como integrante do núcleo jurídico do esquema. Ele assessorava os membros do suposto plano de golpe de estado na elaboração de minutas de decretos com fundamentação jurídica e doutrinária que atendessem aos interesses golpistas.
De acordo com a Polícia Federal, o padre participou de uma reunião no dia 19 de novembro de 2022, com Filipe Martins e Amauri Feres Saad – outros dois investigados no esquema – como indicam os controles de entrada e saída do Palácio do Planalto. Redes sociais mostram que Filipe Martins era ex-assessor especial de Bolsonaro e foi preso pela PF nesta quinta (8).
Durante a operação desta quinta (8), o padre José Eduardo de Oliveira e Silva foi informado pela PF que terá que cumprir medidas cautelares para não ser preso.
Entre elas, a proibição de manter contato com os demais investigados da operação, o compromisso de não se ausentar do País e entrega de todos os passaportes (nacionais e estrangeiros) no prazo de 24 horas. O g1 e a GloboNews entraram em contato com a Diocese de Osasco, mas não receberam retorno até a última atualização desta reportagem.
Quem é o padre José Eduardo
Integrante da ala conservadora da Igreja Católica, o padre José Eduardo comemora 18 anos de sacerdócio em 2024. Ele é o pároco oficial da Paróquia São Domingos – o Pregador – no bairro de Umuarama, em Osasco.
Doutor em Teologia Moral pela Pontifícia Universidade da Santa Cruz (Roma, Itália), é conhecido nas redes sociais por gravar vídeos no Youtube discutindo guerra cultural, aborto e a influência ruim das músicas e divas pop na vida de crianças e adolescentes.
Entre os alvos preferidos do padre estão as cantoras Madonna e Luiza Sonza, em que ele analisa a letra das músicas e o simbolismo de clipes de músicas como ‘Campo de Morango’.
‘É de uma baixaria que a gente fica realmente constrangido’, disse. Em vídeo gravado em 7 de agosto do ano passado, o padre argumentou: ‘Não é apenas a letra [das músicas] que diz coisas. Mas é a harmonia, o ritmo e a melodia. Uma música de amor que tem uma batida sensual, ela está falando de amor em termos libidinosos. Na melodia está embutida uma mensagem sexual que não está embutida na letra. […]Se uma melodia não tem uma inspiração divina, ela tem uma inspiração humana ou demoníaca?’
Entre as pautas que o padre mais gosta de comentar é o aborto: ‘Você tem pessoas tão loucas que elas são abortistas e veganas. São a favor de que se matem os bebês no ventre de suas mães, mas são totalmente contra o extermínio de animais para o consumo’, declarou ele em outro vídeo.
‘Chatólicos’
O padre também frequenta canais e podcast de grande repercussão na extrema direita, como os produtos da produtora Brasil Paralelo e o canal do economista bolsonarista Rodrigo Constantino. Nos textos em que mantém no seu site pessoal, o padre também alerta os fiéis católicos contra os colegas de igreja que ele chama de ‘chatólicos’. Ele descreve as características desse tipo de cristão, segundo ele: ‘O fulano que se converteu ontem, mas já se considera o próprio martelo dos hereges; justificam toda agressividade em nome da defesa da fé, em nome da qual cometem calúnias e difamações; Participam da liturgia como censores, mais preocupados com os eventuais erros cometidos pelo celebrante que com a edificação de sua alma; vivem de sensacionalismo escatológico, assustando ‘os outros com revelações particulares e especulações irresponsáveis sobre o capiroto’.
Operação Tempus Veritatis: Detalhes e núcleos
O relatório da Polícia Federal que embasou a operação desta quinta-feira (8) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ex-ministros do governo dele e militares, afirma que o grupo agia em seis núcleos para organizar uma tentativa de golpe de Estado. Ao todo, foram expedidos 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva. Há ainda medidas cautelares, como proibição de contatos entre os investigados, retenção de passaportes e destituição de cargos públicos. Segundo a investigação, o grupo se dividia da seguinte forma: Núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral; Núcleo responsável por incitar militares a aderirem ao golpe de Estado; Núcleo jurídico; Núcleo operacional de apoio às ações golpistas; Núcleo de inteligência paralela; Núcleo de oficiais de alta patente com influência e apoio a outros núcleos.
Entenda os núcleos
A investigação afirma que o Núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral seria responsável pela produção, divulgação e amplificação de notícias falsas quanto à lisura das eleições presidenciais de 2022. A PF afirma que o objetivo era estimular seguidores a permanecerem na frente de quarteis e instalações das Forças Armadas, no intuito de criar o ambiente propício para o Golpe de Estado. Integrantes, segundo a PF: Mauro César Barbosa Cid, Anderson Torres, Angelo Martins Denicoli, Fernando Cerimedo, Eder Lindsay Magalhães Balbino, Hélio Ferreira Lima, Guilherme Marques Almeida, Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros e Tércio Arnaud Tomaz.
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Operação da PF
A operação desta quinta foi chamada pela Polícia Federal de ‘Tempus Veritatis’ – ‘hora da verdade’, em latim. A ação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Na decisão, ele determinou a entrega do passaporte de Bolsonaro e o proibiu de manter contato com outros investigados. Foram presos nesta manhã: Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro; Marcelo Câmara, coronel da reserva do Exército citado em investigações como a dos presentes oficiais vendidos pela gestão Bolsonaro e a das supostas fraudes nos cartões de vacina da família Bolsonaro; Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército. O coronel do Exército Bernardo Romão Corrêa Netto, alvo do quarto mandado, não foi detido porque está nos Estados Unidos. Segundo a PF, mandados foram cumpridos em Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e Distrito Federal.
Espero que esta versão editada atenda às suas necessidades. Por favor, avise se precisar de mais alguma coisa.
Fonte: G1 – Política
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