Homem soube do fígado infectado no dia 8 de outubro, três dias antes do caso vir à tona na mídia, envolvendo a Secretaria Estadual de Saúde, Fundação Oswaldo Cruz e Instituto Nacional de Infectologia.
Um paciente de 75 anos, que recebeu um fígado infectado com o vírus HIV, foi internado no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), no Rio de Janeiro, neste domingo (20). A identidade do paciente não foi divulgada. Ele passou por um transplante de fígado em maio deste ano e agora enfrenta uma luta contra a infecção.
A situação do paciente é considerada grave devido à presença do HIV no órgão transplantado. O vírus pode causar danos irreversíveis ao sistema imunológico do paciente, tornando-o mais vulnerável a outras doenças. Além disso, a infecção pode levar a complicações graves, como a AIDS. A detecção precoce e o tratamento adequado são fundamentais para controlar a progressão da doença. O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas está trabalhando para garantir o melhor tratamento possível para o paciente.
Infecção por HIV em Transplantados: Um Caso Sem Precedentes no Brasil
Um familiar do paciente, que preferiu não se identificar, informou que o homem está entubado no Centro de Terapia Intensivo (CTI) após apresentar sintomas de cansaço e baixa saturação de oxigênio em casa. A situação começou a se desenrolar entre a última sexta-feira (19) e sábado (20). A família acionou as equipes da Secretaria Estadual de Saúde, que montou um gabinete de crise para atender aos transplantados.
A família também afirmou que os médicos investigam um quadro de pneumonia e descartam a relação direta com o órgão recebido. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) ainda não se pronunciou sobre o ocorrido. O homem soube do fígado infectado no dia 8 de outubro, depois de vários exames realizados a pedido da médica responsável pelo transplante.
O caso sem precedentes no Brasil foi revelado pela BandNewsFM três dias depois, no dia 11. Antes de vir à tona na mídia, a situação já era de conhecimento da SES-RJ. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro.
Investigação e Prisões
Nove pessoas receberam órgãos e tecidos com o vírus HIV, dos quais seis foram infectados. Dois não foram contaminados e um morreu após o procedimento. Os outros estão recebendo tratamento em hospitais da Bahia e do Rio de Janeiro. Segundo a Folha de S. Paulo, alguns familiares dos pacientes já conversaram entre si e planejam uma ação coletiva na Justiça.
As investigações confirmaram que dois doadores teriam feito exame de sangue no laboratório PCS Saleme e tiveram o resultado negativo. Os órgãos dos dois doadores, um homem de 28 anos e uma mulher de 40, foram coração, rim, córnea e fígado.
A Operação Verum auxiliou no cumprimento de mandados de prisão, além de busca e apreensão contra suspeitos de envolvimentos no caso. Já estão presos os técnicos Ivanilson Fernandes dos Santos, Cleber de Oliveira Santos e Jacqueline Iris Bacellar de Assis, além do ginecologista Walter Vieira, um dos sócios, e Adriana Vargas dos Anjos, bióloga e coordenadora técnica do laboratório PCS Saleme.
Adriana foi acusada por funcionários de ter dado ordem para economizar no controle de qualidade. Ela era a responsável pela supervisão dessa área dos reagentes que eram usados nos exames para verificar se havia ou não a presença do vírus. A empresa deixou de realizar as análises das amostras diariamente e passou a fazer isso uma vez por semana para reduzir os custos.
O Instituto Nacional de Infectologia está investigando o caso e trabalhando em conjunto com a Polícia Civil do Rio de Janeiro para esclarecer os fatos. A Secretaria Estadual de Saúde também está envolvida na investigação e está trabalhando para garantir que os pacientes infectados recebam o tratamento necessário.
Fonte: @ Hugo Gloss
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