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Substâncias vermelhas são usadas em larga escala na indústria têxtil e em setores como farmacêutico e cosmético, conhecido por causar malformações congênitas.
Corante lançado nos rios pode afetar a visão dos peixes, revela estudo Imagem: Reprodução/Wikicommons Uma pesquisa realizada por especialistas da Universidade de São Paulo (USP), localizada em Ribeirão Preto, constatou que corantes vermelhos, despejados nos rios e córregos provenientes da indústria, têm o potencial de prejudicar a visão e a saúde dos peixes.
Além disso, a presença desses tingidores nos ecossistemas aquáticos pode desencadear impactos negativos mais amplos, evidenciando a necessidade de regulamentações mais rígidas para o uso de pigmentos e outros químicos na produção industrial.
Estudo sobre os Efeitos dos Corantes Químicos em Peixes Ornamentais
Um estudo recente, com colaboração de pesquisadores da renomada Universidade de Lisboa, Portugal, e publicado este ano no periódico internacional Science Direct, traz importantes descobertas sobre o impacto dos corantes químicos em peixes ornamentais. A análise foi conduzida com os peixes em fase embrionária, especificamente utilizando a espécie zebrafish, também conhecida como peixe zebra ou paulistinha, devido à sua ampla utilização em pesquisas devido à facilidade de manejo em laboratório.
Para a pesquisa, foram escolhidos três tipos distintos de corantes vermelhos – Disperse Red 60 (DR 60), DR 73 e DR 78, amplamente empregados na indústria têxtil em larga escala, além de outros setores como farmacêutico, alimentício, cosmético e fotográfico. A exposição dos embriões desses peixes a esses corantes revelou efeitos preocupantes.
Os resultados apontaram que os corantes podem causar malformações congênitas nos embriões, com impactos significativos na saúde dos peixes. O DR 60, por exemplo, afetou a estrutura ocular dos peixes, reduzindo a área dos olhos e prejudicando seu padrão de nado, levando à cegueira. Já o DR 73 apresentou problemas mais graves, interferindo no desenvolvimento geral dos peixes, especialmente na inflação da bexiga natatória, essencial para sua capacidade de nado.
No caso do DR 78, os efeitos negativos observados foram relacionados à redução na velocidade natatória dos peixes e ao aumento do estresse oxidativo, indicando uma resposta de defesa do organismo contra a substância tóxica. Essas descobertas são relevantes, pois evidenciam a complexidade dos impactos dos corantes químicos em organismos aquáticos.
A pesquisa ressalta a importância de avaliar os efeitos dos tingidores em concentrações baixas, simulando a contaminação aquática, para compreender melhor os riscos associados ao uso dessas substâncias. A identificação desses efeitos adversos nos peixes destaca a necessidade de regulamentações mais rigorosas para o uso de corantes químicos, visando proteger a saúde e o bem-estar dos animais aquáticos.
Fonte: @ Terra
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