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Projeto de lei equipara interrupção de gravidez após 22 semanas a homicídio, se a vítima for de estupro.
Em meio às discussões no Congresso sobre o projeto que equipara a pena da interrupção-gravidez feita após 22 semanas de gestação ao crime de homicídio simples, a pesquisa Atlas/CNN — divulgada neste sábado (22) no programa GPS CNN — revelou que 70,8% dos entrevistados não concordam que uma mulher que interrompa-gravidez após esse período deva ser criminalizada. Do total, 39,9% defendem que não haja a equiparação do aborto ao homicídio em casos de vítimas de estupro ou de risco de vida, enquanto 30,9% acreditam que não haja a equiparação em nenhuma circunstância.
São 29,1% aqueles que entendem que a pessoa deva responder por homicídio mesmo ao tratar-se de uma vítima de estupro ou correr risco de morte. A pesquisa Atlas/CNN ouviu 2.690 brasileiros entre 17 e 19 de junho de 2024, utilizando a ARD, metodologia em que os entrevistados são recrutados de forma orgânica durante a navegação na internet. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Em relação à interrupção-voluntária e gravidez-equivalente, a opinião dos entrevistados se mostrou dividida, refletindo a complexidade do tema em nossa sociedade.
Opiniões sobre a Interrupção Voluntária da Gravidez
A pesquisa revelou que 92,1% dos entrevistados estão cientes do PL 1904/24, um projeto que aborda a interrupção voluntária da gravidez em casos de estupro. Apenas 7,9% afirmaram desconhecer o projeto. Quando questionados se uma vítima de estupro que interrompe a gravidez após 22 semanas de gestação deve responder por homicídio simples, houve divergências de opinião.
Percepções de Gênero
No que diz respeito ao recorte de gênero, os homens demonstraram maior propensão a não considerar o aborto após 22 semanas como homicídio, em comparação com as mulheres. 43,3% dos homens entrevistados acreditam nessa perspectiva, enquanto 37,2% das mulheres compartilham da mesma opinião.
Visões Religiosas
Quando analisadas as opiniões por religião, observa-se que 43,5% dos católicos e 29,4% dos evangélicos concordam que não deve haver punição para mulheres que interrompem a gravidez nessas circunstâncias. Por outro lado, 57,7% dos evangélicos acreditam que a mulher deve ser responsabilizada em todas as situações.
Posicionamento Político
Os eleitores de Jair Bolsonaro tendem a apoiar a punição para mulheres que interrompem a gravidez, com 57,6% concordando com essa medida em todas as circunstâncias. Por outro lado, os eleitores de Lula estão mais divididos, com alguns defendendo a não punição em casos específicos, como vítimas de estupro ou risco de vida. A discussão sobre a interrupção voluntária da gravidez continua a gerar debates e reflexões em diferentes setores da sociedade.
Fonte: @ CNN Brasil
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