PF: delação foi importante, não prioritária. Usou elementos de outras investigações. 33 mandados. Núcleos em tentativa de golpe.
A operação que mira Bolsonaro foi deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (8) e tem como alvo militares e ex-ministros do governo. A delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do presidente, foi fundamental para as investigações, que apontam suspeita de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado após a eleição de 2022.
De acordo com a PF, as informações reveladas pela delação de Cid foram cruciais para confirmar suspeitas anteriores e compor o cenário atual da investigação. A tentativa de golpe de Estado teria sido tema de reuniões com o ex-presidente, conforme divulgação da operação que mira Bolsonaro.
Policia Federal cumpre mandados em operação que mira Bolsonaro
A Polícia Federal está realizando uma operação que mira Bolsonaro, cumprindo 33 mandados de busca e apreensão, além de quatro mandados de prisão preventiva. Além disso, várias medidas cautelares estão sendo aplicadas, como a proibição de contatos entre os investigados, retenção de passaportes e destituição de cargos públicos.
Estes mandados foram autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Conforme informações da PF, os mandados estão sendo cumpridos em diversos estados brasileiros, incluindo Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e Distrito Federal.
A operação recebeu o nome de ‘Tempus Veritatis’, que significa ‘hora da verdade’ em latim.
Divulgação de informações falsas e tentativa de golpe
De acordo com a Polícia Federal, os investigados divulgaram informações falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro, buscando legitimar uma intervenção militar. O grupo se dividiu em dois eixos:
- Um dos eixos tinha como objetivo construir e propagar informações falsas sobre supostas fraudes nas urnas, apontando uma ‘falaciosa vulnerabilidade do sistema eletrônico de votação’, mesmo após o resultado da eleição, conforme as informações da PF.
- O segundo eixo realizava atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, ou seja, para concretizar o golpe. Esta etapa, segundo as investigações, contava com o apoio de militares ligados a táticas e forças especiais – os chamados kids preto.
As condutas do grupo, se confirmadas, podem ser enquadradas em crimes como:
- organização criminosa
- abolição violenta do Estado Democrático de Direito
- tentativa de golpe de Estado
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Fonte: G1 – Política
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