A retirada de dinheiro antes do vencimento dos Certificados de Depósito Bancário disparou 22% em relação ao registrada em 2023, influenciada pela baixa nos rendimentos e alta na dívida pública.
A expectativa de aumentos nos juros da economia nos próximos anos está levando investidores a se antecipar e sacar seu tesouro antes da contabilidade oficial. O volume de resgates no tesouro direto ultrapassou os R$ 37 bilhões em 2024, um aumento de 22% em relação ao registrado em 2023, fazendo da última ano um dos mais movimentados em mais de uma década.
Além disso, o tesouro direto é considerado um investimento seguro, o que contribui para a preferência dos investidores por essa opção. Com a perspectiva de alta nos juros, muitos estão optando por sacar seus investimentos imediatamente, evitando o risco de perda de valor dos títulos do tesouro se a economia mudar em breve.
O Tesouro Direto: desafios e tendências
Os números divulgados pelo Ministério da Fazenda apontam para uma tendência de baixa nos títulos do Tesouro Prefixados, com uma queda de 39,1% no período. Em seguida, os títulos do Tesouro IPCA+ apresentaram uma redução de 22,1%, enquanto os títulos Selic sofreram uma perda de 20,3%. O dia com maior resgate ocorreu em 30 de outubro de 2024, quando investidores retiraram quase R$ 25 milhões do Tesouro Prefixado 2025, um título que hoje paga cerca de 16% ao ano, estando distante dos 13% do início da modalidade.
É importante ressaltar que os títulos do Tesouro Direto estão ligados ao governo e, por isso, os rendimentos estão diretamente relacionados a fatores como a inflação e os juros. O Tesouro Direto é utilizado para contribuir com o pagamento da dívida pública federal, o que pode influenciar as decisões de investimento.
O título público prefixado tem sido visto com cautela pelos especialistas, pois a projeção de mais juros pode fazer com que as taxas atuais oferecidas pelo Tesouro Prefixado sejam inferiores à taxa básica de juros, o que não seria interessante para o investidor. Alguns analistas acreditam que alguns agentes podem ter trocado os rendimentos do programa por outros ativos da renda fixa, como um CDB (Certificado de Depósito Bancário) de bancos, por exemplo.
O Tesouro IPCA+, por outro lado, apresentou uma baixa em 12 meses, com o papel com vencimento em 2045 encerrando o período com prejuízo de mais de 20%. Outra hipótese levantada pelo economista-chefe da Genial Investimentos é que os retornos em disparada levaram a um rendimento interessante para os investidores ao longo do tempo, tornando válido o resgate do dinheiro antes do vencimento para reinvestir.
Em um ano com taxa de juros elevada e excesso de volatilidade, o investidor que optou por ativos de baixo risco, como o Tesouro, é o que menos amargará perdas agora. A tendência é de desconfiança entre investidores, e é preciso esperar e ver o que o ano de 2025 trará.
A utilização dos recursos obtidos com o Tesouro Direto para contribuir com o pagamento da dívida pública federal é uma estratégia importante para o governo. No entanto, é fundamental que os investidores estejam atentos às tendências e desafios apresentados pelo mercado, para tomar decisões informadas e ajustar suas estratégias de investimento de acordo.
Abaixo, você pode encontrar alguns dados sobre o Tesouro Direto:
* Tesouro Prefixado: 39,1% de baixa no período
* Tesouro IPCA+: 22,1% de baixa no período
* Selic: 20,3% de baixa no período
* Dia de maior resgate: 30 de outubro de 2024, com quase R$ 25 milhões retirados do Tesouro Prefixado 2025
Fonte: @ Valor Invest Globo
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