Orientações médicas assinadas por profissionais de saúde: A depressão está relacionada à microbiota intestinal, algo que pode ser tratado por meio de transplante de microbiota e manutenção do equilíbrio da flora intestinal, com produção de neurotransmissores e disponibilidade de triptofano.
A depressão é um estado de espírito que pode afetar qualquer pessoa, e recentemente, estudos apontam que há uma conexão entre o cérebro e o intestino, o segundo cérebro, que pode ser influenciado pela presença ou ausência de bactérias benéficas na nossa microbiota.
Infelizmente, uma disbiose, caracterizada pela ausência de bactérias benéficas, pode ser o resultado de uma doença mental, como a depressão, e para piorar, ela também pode ser um dos fatores que contribuem para o surgimento de outras doenças mentais. Por isso, é fundamental manter uma microbiota equilibrada para evitar que esses problemas de saúde se desencadeiem. Com uma microbiota saudável, é possível reduzir o estresse e a ansiedade, e até mesmo combater a depressão.
Desentendendo a conexão entre a Depressão e a Disbiose
A nossa microbiota desempenha um papel de regulador da imunidade, com capacidade de manter a qualidade energética das nossas células em equilíbrio. No entanto, quando há um desbalanço das espécies de bactérias do intestino, ocorre a alteração do pH do cérebro, que fica mais ácido em decorrência do aumento de produção de lactatos (produzidos por bactérias anormais). Esse fenômeno pode contribuir para o desenvolvimento da Depressão. Um estudo notável comparou dois grupos de camundongos: os que apresentavam sintomas depressivos e os não depressivos. Quando o segundo grupo recebeu um ‘transplante de microbiota‘ – material fecal proveniente do primeiro grupo –, seus integrantes passaram a desenvolver comportamentos depressivos. Esses camundongos diminuíram suas atividades físicas e sociais, levando a crer que, sim, a microbiota intestinal tem papel importante no desenvolvimento de doenças mentais, como a Depressão.
Quando a microbiota está alterada, temos uma condição chamada de disbiose, que está associada a depressão e ansiedade. E, visto que os probióticos e prebióticos têm capacidade de restaurar o equilíbrio da flora intestinal, essas medicações estão ganhando espaço no tratamento e prevenção de doenças psiquiátricas. Aproximadamente 60% da composição da microbiota é influenciada pela dieta. Outra porção deve-se a variações genéticas. Uma dieta saudável rica em fibras, aminoácidos, gorduras insaturadas, vitaminas e minerais é, sem dúvidas, a base para manter o equilíbrio dessas nossas aliadas. Zinco, magnésio, vitaminas B e D, ácido fólico e ômega 3 são alguns dos nutrientes essenciais para a manutenção da nossa saúde intestinal e mental.
Além disso, o uso regular de probióticos tem demonstrado melhora da disbiose e proteção da barreira intestinal natural. Cada tipo de probiótico pode estimular espécies particulares de bactérias, aumentando também a produção de neurotransmissores específicos. Os Bifidobacterium, por exemplo, aumentam a disponibilidade de triptofano no plasma: o triptofano é a molécula precursora da serotonina, que é justamente o hormônio da felicidade. Muitos antidepressivos funcionam aumentando a oferta dessa substância no cérebro. Ademais, os hormônios da felicidade também estão relacionados com a sensação de saciedade e bem-estar. Portanto, ter a microbiota em harmonia pode trazer um cuidado adicional aos que estão acima do peso. Então, podemos concluir que ter carinho com a saúde intestinal pode te deixar mais feliz.
Fonte: @ Veja Abril
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